quinta-feira, 28 de maio de 2015

Acordo dá a trabalhador da Petrobras bônus igual ao de ano lucrativo

Graças a um acordo coletivo assinado com a Petrobras em 2014, trabalhadores da estatal vão receber o mesmo bônus que obtiveram em relação a 2012, quando a empresa havia lucrado R$ 21,7 bilhões, apesar de o último resultado ter sido do mesmo tamanho, só que na forma de um gigantesco prejuízo. Se não dá lucro, como é que a empresa pode pagar bônus sobre o lucro auferido? Isso é coisa que acontece apenas no regime petralha. Naquele ano, funcionários da estatal asseguraram o recebimento de R$ 1,005 bilhão a título de PLR (Participação nos Lucros e Resultados). É piada. Os empregados da Petrobras vão receber bonificação a título de participação nos lucros e resultados que não existiram. O valor é pouco menor do que o R$ 1,045 bilhão a que eles farão jus pelos resultados de 2014. No ano passado, a Petrobras teve perdas de R$ 21,6 bilhões, em decorrência das baixas contábeis por corrupção, além de desvalorização de unidades operacionais e engavetamento de projetos inviáveis. Em 2011, quando havia lucrado R$ 34,6 bilhões, a Petrobras pagou a seus funcionários R$ 1,56 bilhão em PLR. Em 2013, com lucro de R$ 23 bilhões, transferiu, pela mesma rubrica, R$ 1,1 bilhão e, depois, fez um pagamento adicional de R$ 388 milhões, em função da nova regra, aprovada no começo do ano seguinte. Isso é o que se chama de apropriação do Estado pelos petistas, pelas corporações, todas petistas. O pagamento de PLR referente a 2014 foi alvo de contestação de acionistas presentes à assembléia extraordinária realizada na segunda-feira, que criticam o fato de não terem recebido dividendos. A empresa alegou que não fará os pagamentos porque não teve lucros. Investidores insistiam no pagamento alegando que havia reserva de lucros de anos anteriores. A CVM não viu erro na decisão da Petrobras em relação aos donos de ações. Na ocasião, o conselheiro de administração da Petrobras, Deyvid Barcelos, eleito pelos trabalhadores, alegou que o pagamento se justificava porque as metas de desempenho operacional haviam sido atingidas, conforme determinado no acordo, assinado em abril do ano passado. As metas são seis: limites de volume de petróleo e derivado vazado, custo unitário de extração, carga processada, produção de óleo e gás, eficiência nas operações de navios e atendimento à programação de entrega de gás natural. Não foi informado quais metas, em cada indicador, foram perseguidas. Segundo informa a Petrobras em suas demonstrações de 2014, "no exercício findo em 31 de dezembro de 2014, as metas estabelecidas pela Administração foram alcançadas e, apesar da ausência de lucro no exercício e com base na nova metodologia negociada em acordo coletivo, a Companhia provisionou R$ 1.045 milhão de participação no resultado". A Petrobras tem cerca de 81 mil funcionários. 
ELETROBRAS
Em 2013 e 2014, o grupo Eletrobras registrou perdas de R$ 6,2 bilhões e R$ 2,9 bilhões, enquanto os pagamentos a funcionários a título de participação em resultados foram de R$ 268,6 milhões e 232,5 milhões, respectivamente. A Eletrobras fechou 2014 com cerca de 24 mil funcionários.

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