terça-feira, 26 de maio de 2015

A Rede, grupo de Marina Silva, já admite ter que apoiar outros partidos em 2016

Afetada pelas regras que dificultam a criação de novos partidos, a Rede Sustentabilidade, grupo político da ex-senadora Marina Silva, já admite que poderá não ter nomes fortes o suficiente para disputar as eleições do próximo ano nas principais cidades e cogita apoiar outros partidos. "A vontade é essa, ter candidatos próprios, mas também não descartamos aliança com partidos que estão conosco, defendendo algumas bandeiras comuns", disse o coordenador de mobilização da Rede, Pedro Ivo Batista. Mesmo que consiga se viabilizar como partido, a Rede terá dificuldades em atrair nomes competitivos, pois uma lei de 2013 impede que deputados que migrarem para uma nova legenda levem consigo verba de fundo partidário e tempo de televisão, tornando as novas siglas menos atrativas. Segundo Pedro Ivo, a Rede pretende ter candidatos próprios "de acordo com a realidade", mas poderá se aliar principalmente a partidos como PSB e PPS, que já anunciaram o início de tratativas para criar uma nova legenda. Em 2014, após ter o pedido de registro rejeitado pela Justiça Eleitoral por não atingir o número mínimo de assinaturas, políticos da Rede, como Marina Silva, fizeram "filiações programáticas" para disputar as eleições por outras siglas, como o próprio PSB. Pedro Ivo afirma que a Rede irá entregar à Justiça Eleitoral, nesta semana, as assinaturas de apoio que faltavam para obter seu registro como partido. Contudo, o grupo corre o risco de não conseguir reaproveitar as assinaturas entregues em 2013. Uma lei aprovada em março exige que, para criação de novo partido, só sejam aceitas assinaturas de eleitores não filiados a outra legenda. Antes, a lei não fazia essa distinção. A Rede afirma que a Justiça Eleitoral não poderá descartar as assinaturas validadas antes da nova lei, mas ex-ministros do TSE avaliam que a sigla terá de se enquadrar à nova regra. O caso será decidido quando a Corte analisar o pedido de reabertura do processo. Para poder participar das eleições, a Rede precisa conseguir seu registro até um ano antes do pleito. Marina Silva e o coordenador chegaram nesta semana ao Recife, onde a ex-senadora participa nesta terça-feira (26) de lançamento do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, ao lado do secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, também simpatizante da Rede. É a primeira vez que Marina Silva volta a Pernambuco desde a campanha eleitoral de 2014, quando ela assumiu a candidatura presidencial do PSB após a morte do ex-governador e então candidato Eduardo Campos. Marina Silva também terá encontro com o governador Paulo Câmara e com o prefeito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB. Marina Silva tem se revelado ser portadora de uma incapacidade impressionante para a formação de seu partido político, o que lança muitas dúvidas sobre sua capacitação na vida política nacional.

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