quarta-feira, 1 de abril de 2015

Lufthansa sabia que copiloto sofria de depressão

O copiloto da Germanwings que derrubou um avião na semana passada nos Alpes franceses contou à escola de vôo da Luthansa sobre um período em que se tratou de depressão, informou a empresa alemã nesta terça-feira. Segundo um comunicado da empresa, o copiloto Andreas Lubitz entregou à escola de vôo documentos médicos mostrando que havia passado por "episódio prévio de depressão severa". A Lufthansa, controladora da empresa de baixo custo Germanwings, relatou que Lubitz interrompeu seu treinamento por um "período de vários meses". Quando retomou, em 2009, exames médicos confirmaram que ele estava em condições físicas de voar. A companhia aérea alemã informou este novo dado após realizar investigações internas e enviar à promotoria de Düsseldorf documentos adicionais sobre a formação de Lubitz e seu histórico médico, que inclui um e-mail do copiloto à escola de vôo sobre sua depressão. Depois que a promotoria francesa apontou o copiloto alemão como causador da tragédia, o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, informou que o jovem tinha interrompido durante um período de tempo sua formação em 2009, mas não esclareceu os motivos. Lubitz passou por todas as provas de aptidão necessárias e concluiu com êxito a sua formação. Ele era "100% capaz de conduzir" um avião, assegurou Spohr na semana passada. Na documentação cedida pela Lufthansa à promotoria alemã está uma troca de e-mails entre Lubitz e a escola de vôo, quando o jovem pretendia retomar sua formação. Nos e-mails, o copiloto disponibiliza documentos médicos que atestavam que ele tinha superado esse "episódio grave de depressão". A companhia aérea reiterou seu compromisso de apoiar em todos os sentidos a investigação realizada pela promotoria de Düsseldorf para esclarecer o acidente que matou o copiloto e outras 149 pessoas em um voo que ia de Barcelona para Düsseldorf. As operações de busca no local do impacto do Airbus A320 da Germanwings foram retomadas na manhã desta terça-feira, uma semana depois da catástrofe. Os investigadores e policiais podem ter acesso agora à zona através de uma pista aberta no domingo. "Trabalhamos mais rápido, até mais tarde e traremos mais destroços", informou a equipe de resgate francesa, antes de destacar que foram encontradas mais de 4.000 peças, incluindo pedaços do avião e restos humanos. As equipes devem "terminar no dia 8 de abril o trabalho de repatriação dos corpos e das peças importantes" do avião. "Depois uma empresa civil paga pela Lufthansa vai descontaminar" a zona, disse a fonte. Em um comunicado, o Escritório francês de Investigações e Análises para a aviação civil (BEA) indicou que vai se esforçar "para descrever mais precisamente, de um ponto de vista técnico, o desenvolvimento do vôo". A investigação também vai "estudar as falhas sistêmicas que possam ter levado" ao drama. "A investigação de segurança se interessa, em particular, na lógica do sistema de fechamento das portas das cabines de pilotagem e nos procedimentos de acesso e saída" da mesma, "assim como aos critérios suscetíveis de detectar perfis psicológicos particulares".

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