terça-feira, 14 de abril de 2015

Juiz Sérgio Moro decreta prisão preventiva para o publicitário Ricardo Hoffman, da Borghi/Lowe, operador no Petrolão


O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações resultantes da Operação Lava Jato em primeira instância, converteu nesta terça-feira em preventiva a prisão temporária do publicitário Ricardo Hoffman - agora, portanto, não há prazo para que ele deixa a cadeia. Já Leon Vargas, irmão do ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR), preso com Hoffman na última sexta-feira, será liberado da carceragem da Polícia Federal no Paraná. Sérgio Moro optou por não renovar o mandado de prisão temporária expedido contra ele. Ex-diretor do escritório de Brasília da agência de publicidade Borghi/Lowe, Ricardo Hoffman é apontado pelas investigações como operador do esquema de desvio de verba publicitária em contratos firmados com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde para André Vargas. Já o irmão do ex-deputado é sócio da empresa Limiar, usada como fachada pelo ex-petista para receber a propina desviada dos contratos de publicidade por Hoffman. Classificados por ele como "crédito", porcentagem de um contrato de publicidade repassado pelas produtoras às agências que as contratam, os valores foram pagos como uma espécie de garantia para futuras contratações de clientes da iniciativa privada indicados por Vargas. Segundo Hoffman, o ex-deputado tinha interesse em atuar no mercado da publicidade no Paraná e, para isso, estabeleceu parceria com a Borghi/Lowe. O publicitário disse que o presidente e o vice-presidente da agência, José Borghi e Valdir Barbosa, tinham conhecimento dos interesses de Vargas. Teria sido de Borghi a decisão de repassar os valores para a LSI e Limiar. Hoffman afirmou que Vargas nunca cumpriu o acordo de indicar clientes às produtoras. O MPF avaliou a versão como "fantasiosa". De acordo com levantamento do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), a agência Borghi/Lowe recebeu 118.213.243,61 reais de contratos com empresas públicas nos últimos quatro anos. A maior parte foi referente a serviços prestados ao Ministério da Saúde e 4,7 milhões reais vieram de contratos com a Secretaria de Administração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também nesta terça-feira, dois assessores dos ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) que estavam presos temporariamente desde a última sexta-feira foram liberados por Sergio Moro. O juiz federal concedeu liberdade para Ivan Vernon Gomes Torres Júnior e Elia Santos da Hora, ex-assessor de Corrêa e secretária de Argôlo, respectivamente. Elia foi presa em casa, em Salvador, e conduzida até a sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde prestou depoimento. Policiais realizaram buscas em sua casa. Torres Júnior é apontado nas investigações como destinatário de um depósito de 25.000 reais feito pelo doleiro Alberto Youssef em 2010. Vargas e Argôlo foram os primeiros parlamentares flagrados pela Polícia Federal em conversas nebulosas com o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do petrolão, a partir de interceptações telefônicas autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.

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