quinta-feira, 16 de abril de 2015

Governo admite que inflação deve chegar a 8,2% em 2015


O governo admitiu oficialmente que a inflação deve chegar a 8,2% no fechamento de 2015. O índice consta da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, encaminhada nesta quarta-feira ao Congresso Nacional. Com isso, a taxa deve estourar o teto do sistema de metas de inflação brasileiro, de 6,5% ao ano. O Banco Central já havia estimado inflação perto de 8% neste ano. Para 2016, a proposta prevê inflação de 5,6%. No projeto encaminhado ao Congresso, o governo também reduziu sua projeção oficial para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) em 2015. A projeção passou de uma alta de 0,8% para uma retração de 0,9% este ano. Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apesar do resultado, a economia vai mostrar uma recuperação já no segundo semestre do ano: "Hoje o cenário macroeconômico indica uma queda do crescimento do PIB. Ele indica uma recuperação da atividade a partir do segundo semestre, mas isso não será suficiente para que o número do ano todo seja positivo", afirmou ele, acrescentando: "Mesmo assim, o próprio mercado espera um crescimento a partir do quarto trimestre. Estamos trabalhando (no governo) para antecipar isso para o terceiro trimestre". Nelson Barbosa informou que o déficit da Previdência Social deverá ficar em R$ 66,7 bilhões em 2015 e em R$ 81,1 bilhões em 2016. No ano passado, ele ficou R$ 56,7 bilhões. Ele afirmou que o rombo nas contas da Previdência vai continuar subindo apesar das medidas que limitam o acesso a benefícios propostas pelo governo para reduzir os gastos da União e realizar o ajuste fiscal. Segundo Barbosa, isso ocorrerá em função das regras em vigência para a correção dos benefícios e do próprio crescimento vegetativo da folha. O ministro também comentou a negociação com o Congresso para aprovar as medidas de ajuste fiscal incluídas nas medidas provisórias (MPs) 664 e 665. Segundo ele, caso o Congresso aprove a MP 665 (que trata de mudanças na concessão do seguro- desemprego, abono e seguro defeso) com as mudanças que estão sendo propostas pelo relator, o governo terá de fazer uma compensação em outras áreas: "Vão requerer que a gente compense com alguma outra iniciativa".

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