quinta-feira, 9 de abril de 2015

FMI DIZ QUE ECONOMIA MUNDIAL ESTÁ SE RECUPERANDO E QUE O BRASIL AFUNDA NA ESTAGNAÇÃO


Os riscos macroeconômicos mundiais recuaram nos últimos meses, de acordo com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que ressaltou que a economia global foi impulsionada pelos baixos preços do petróleo e por uma forte recuperação nos EUA. No entanto, a dirigente alertou que o avanço econômico ainda é moderado e desigual. Para Lagarde, é preciso evitar que o crescimento "medíocre" se torne a "nova realidade". Segundo ela, as economias desenvolvidas estão tendo um desempenho levemente melhor que o do ano passado, com a recuperação se firmando nos EUA e no Reino Unido. As expectativas para a zona do euro também estão melhorando. Mas para a maioria das economias emergentes as expectativas estão um pouco piores, influenciadas principalmente pelos baixos preços das commodities. "Mesmo as economias emergentes representando ainda mais de dois terços do crescimento global este ano, há uma diversidade tremenda dentro desse grupo. Por exemplo: a Índia é um ponto positivo; a China está desacelerando mas com crescimento mais sustentável; a África Subsaariana continua com desempenho forte; a Rússia, por outro lado, está vivenciando dificuldades econômicas; o Brasil também está estagnando; e em muitas partes do Oriente Médio estão sofrendo com problemas políticos e econômicos", afirmou Lagarde. Apesar de ajudarem a economia, os juros baixos e as políticas monetárias acomodatícias também aumentaram as ameaças financeiras, ao elevar a tolerância entre os investidores a apostas mais arriscadas. Outro fator que pode prejudicar alguns países é a alta acentuada do dólar. "Alguns países com condições macroeconômicas mais difíceis e menos espaço político têm se beneficiado da depreciação relativa de suas moedas. Em outros, com grandes quantidades de dívida denominada em moeda estrangeira, essas oscilações dramáticas de câmbio podem ser desestabilizadoras", afirmou. Esse é o caso para as empresas nas economias de mercados emergentes que estão encurraladas entre um dólar forte, preços mais baixos das commodities e taxas de empréstimos mais elevadas. Lagarde explica que os riscos são gerenciáveis, mas alerta que "também teremos de lidar com um declínio estrutural da liquidez no mercado" se ocorrer uma reação negativa ao aperto monetário nos EUA. Para a diretora-gerente do FMI, as ameaças devem ser enfrentadas, em geral, com reformas estruturais, como esforços para gestão de tomada de riscos e políticas macro e microprudenciais para instituições não bancárias. É também necessário dar liquidez em situações de estresse e promover ações para evitar uma situação em que haja empresas "grandes demais para falir".

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