quinta-feira, 16 de abril de 2015

Dívida de empresas brasileiras em dólar ameaça estabilidade financeira, diz FMI


A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirma que fatores como o endividamento de empresas brasileiras em dólar e a queda de receitas com exportações de commodities criam riscos para a estabilidade financeira do País. A avaliação consta da agenda de política econômica da dirigente divulgada nesta quinta-feira. Lagarde recomenda que o Brasil implemente reformas na educação e no mercado de trabalho para estimular a competitividade e aumentar a produtividade. A diretora-gerente do FMI ainda menciona o fraco crescimento do País, que está abaixo da expectativa, e também cita a Rússia. Os dois mercados, aliás, devem ter o pior desempenho entre os principais países emergentes em 2015, com a economia brasileira contraindo 1% e a russa encolhendo 3,8%, ante expansão de 3,5% prevista para o Produto Interno Bruto (PIB) global. "O crescimento global continua a ser desigual e as perspectivas de um novo desempenho medíocre persistem", afirma Lagarde. Os riscos para a economia mundial persistem, segundo Lagarde. O petróleo, por um lado, pode representar um estímulo para o crescimento maior que o esperado. Por outro, há a preocupação de que os preços voltem a subir rápido, criando mais instabilidades. A dirigente cita ainda o risco de que uma valorização duradoura do dólar leve a uma recuperação desequilibrada da economia global: "Os países emergentes estão mais expostos a uma apreciação acentuada do dólar e correm o risco de uma reversão dos fluxos de capital". A diretora do FMI ressalta ainda que a volatilidade aumentou nos últimos meses no mercado financeiro internacional. Eventuais surpresas no processo de normalização da política monetária dos EUA podem desencadear turbulência no mercado financeiro, ressalta Lagarde. Ela faz algumas recomendações para os governos dos países membros do FMI. Uma delas é que a política monetária flexível seja mantida em alguns países, como os da zona do euro, além de uma política fiscal favorável ao crescimento. A dirigente reforça ainda a necessidade de reformas estruturais e mais investimento em infraestrutura em diversos países: "Resolver problemas estruturais precisa se tornar uma prioridade muito mais alta".

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