quarta-feira, 1 de abril de 2015

Alvo da Lava Jato, empreiteira OAS pede recuperação judicial

A empreiteira OAS protocolou nesta terça-feira (31) o pedido de recuperação judicial do grupo em uma vara empresarial de São Paulo. O pedido inclui R$ 7,9 bilhões em dívidas. Se for aceita pela Justiça, a recuperação judicial do grupo será uma das maiores já feitas no País. Para pagar as dívidas, a OAS informa que colocou à venda sua participação na Invepar (24,44%) – que tem a concessão do aeroporto de Guarulhos –, sua fatia no estaleiro Enseada (17,5%) – um dos fornecedores da Sete Brasil –, a OAS Empreendimentos (80%), a OAS Soluções Ambientais (100%), a OAS Óleo e Gás (61%), a OAS Defesa (100%) e que também vai negociar os estádios Arena Fonte Nova (50%), em Salvador, e a Arena Dunas (100%), em Natal. A processo envolve a holding OAS S/A e outras nove companhias: Construtora OAS, OAS Empreendimentos, OAS Arenas (SPE Arenas Multiuso), OAS Infraestrutura, OAS Imóveis, OAS Investimentos, OAS Investments GMBH (com sede na Áustria), OAS Investments Limited e OAS Finance Limited (ambas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas). As três empresas com sede no Exterior foram criadas para que o grupo captasse recursos no Exterior e não são operacionais, afirma o documento entregue à Justiça, ao qual a Folha teve acesso. Segundo o pedido, a estrutura organizacional do grupo é “baseada na estreita relação operacional e financeira das sociedades que o integram”, por isso, o processo de recuperação judicial tem de ser feito de forma conjunta. O documento, assinado pelos advogados Eduardo Munhoz, do escritório Mattos Filho, e Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias Carneiro Advogados, afirma que o sucesso de uma empresa “está intimamente ligado ao sucesso da outra”, já que as dívidas possuem avais “cruzados”, ou seja empresas do grupo se endividaram dando como garantia ativos de outras companhias do conglomerado.

Nenhum comentário: