sexta-feira, 27 de março de 2015

SÉRGIO MORO ENVIA DOCUMENTOS DE PAULO ROBERTO COSTA AO STJ


O juiz Sérgio Moro determinou nesta quarta-feira, 25, o encaminhamento ao Superior Tribunal de Justiça dos documentos apreendidos nas buscas realizadas na residência do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, incluindo sua agenda de capa preta que contém anotações dos negócios do executivo envolvendo políticos. A medida atende ao pedido do ministro Luis Felipe Salomão, relator dos casos da Lava Jato na Corte, onde tramitam dois inquéritos para investigar suposta participação dos governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Acre, Tião Viana (PT), e do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) em esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Além dos documentos, apreendidos pela força-tarefa da Lava Jato no ano passado, também foram compartilhadas as análises da Polícia Federal sobre a agenda de Paulo Roberto Costa. Os documentos vão ser utilizados nas diligências da Corte para apurar o envolvimento do governador petista no esquema. Já no inquérito para apurar o envolvimento de Cabral, Pezão e Fichtner, a Procuradoria pediu que sejam coletados documentos, vídeos e registros de entradas e saídas do hotel Caesar Park em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. Segundo os delatores, o local teria sido palco de um encontro, em 2010, para combinar a arrecadação de fundos com Costa. Foi pedido ainda que Cabral, Fichtner e executivos das empresas Skanska, OAS, UTC, Alusa, Techint e Odebrecht prestem depoimento no prazo de até 60 dias. Serão também analisadas as doações eleitorais feitas ao ex-governador do Rio de Janeiro. O Tribunal Superior Eleitoral terá prazo de 90 dias para isso. No inquérito, Cabral, Pezão e Regis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro, são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a Procuradoria, Cabral e Pezão agiram juntos, com colaboração do ex-secretário, para receber R$ 30 milhões em 2010 de empresas contratadas pela Petrobras para a construção do Comperj. O dinheiro teria sido destinado para a campanha dos peemedebistas - na época, Cabral disputava a reeleição como governador e Pezão, como vice. A Procuradoria relata que o recebimento da propina foi feito por meio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. No pedido de inquérito, a Procuradoria pediu que sejam ouvidos Cabral, Fichtner e executivos de empresas citadas pelo ex-diretor. No outro pedido de inquérito, Tião Viana é suspeito de receber R$ 300 mil em propina da Petrobras como auxílio para se eleger pela primeira vez ao governo do Acre, em 2010. Segundo a Procuradoria, a solicitação do dinheiro foi feita a Youssef e autorizada por Costa. Os citados nos inquéritos negam veementemente envolvimento no escândalo da Lava Jato.

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