terça-feira, 31 de março de 2015

ROUBALHEIRA CORRE SOLTA NAS PREFEITURAS GAÚCHAS NA CONTRATAÇÃO FAJUTA DE ARBITRAGENS PARA CAMPEONATOS ESPORTIVOS

Uma roubalheira corre solta nas prefeituras do Rio Grande do Sul, envolvendo licitações fajutas, fraudadas, dirigidas, para a contratação de arbitragens para campeonatos esportivos promovidos pelas administrações municipais. Aparentemente, é um negócio simplório. Mas, não é, envolve milhões de reais. O truque é bastante simples. As prefeituras lançam editais de licitação para a contratação de árbitros para os jogos de seus campeonatos, de futebol, futebol de salão, vôlei, basquete e outros. Mas, esses editais têm uma coisa em comum: quase todos eles apresentam a mesma cláusula. E essa é a cláusula mágica, aquela que elimina concorrentes e dirige as licitações para a empresa, ou associação, previamente escolhida. Resumindo, funciona exatamente como no cartel do lixo. Neste, ganha a empresa que tiver o atestado de autorização de entrada de lixo de empresa dona de aterro sanitário; todas as outras ficam fora do certame por não atenderem exigência editalícia. Nas licitações para contratação de arbitragens é a mesma coisa. A cláusula mágica, em todos os editais (e Videversus está com as cópias de muitos deles), dos municípios mais variados possíveis, é idêntica. Todas exigem que os concorrentes apresentem entre seus profissionais disponíveis os nomes de no mínimo dois "árbitros federados", quando não "confederados", e árbitros FIFA. Ora, no Rio Grande do Sul existem apenas sete árbitros nessas condições: Audrey Pereira, Rafael Ancaro, Carlos Quaresma, Carlos Messa e Emerson Silveira (em Porto Alegre), e dois no Interior (Elias Machado e Brechani). Portanto, quem "consegue" a assinatura desses árbitros, esse é que irá ganhar a licitação. É um jogo de cartas marcadas, ainda mais porque esses árbitros não atuam em jogos amadores de prefeituras. Mas, devem ganhar apesar de participar dos jogos, apenas para emprestar seus nomes para as licitações. No último dia 24 de março, Videversus publicou, antecipadamente, quem seria o vencedor da licitação nº 11/2015, da Prefeitura Municipal de Canela, um pregão, para contratação de árbitros. Para variar, lá estava, no edital, a famosa cláusula, com o seguinte texto: "..... 2.5..... a) relação contendo nome completo dos árbitros, data de nascimento, federação a que está vinculado, nº de registro da Federação, para todas as modalidades a que se candidata e atua": b) comprovan te individual ou coletivo do Curso da federação no caso das modalidades de futebol, futebol sete, futsal, vôlei, de cada um dos árbitros relacionados, anexo xerox do diploma e carteira de identidade (frente e verso); c) omprovante individual ou coletiva da reciclagem realizada no período de 2011 a 2014, dos árbitros relacionados, ou relação cedida pela Federação Gaúcha de Futsal, ou AGAFUSA e Federação de Futebol de Campo ou Sindicato dos Árbitros de Campo e Federação de Futebol Sete". Resumindo: é assunto para o Tribunal de Contas e para o Ministério Público Estadual. As provas já estão praticamente produzidas. Não é preciso dizer que Videversus acertou em cheio, no alvo, quem venceria a licitação de Canela, a Liga Canoense de Areia Beach Soccer (ou Sidnei Ferreira).

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