quarta-feira, 4 de março de 2015

Reunião entre caminhoneiros e parlamentares termina sem acordo


Terminou sem acordo a reunião entre parlamentares e caminhoneiros nesta terça-feira. Segundo um dos representantes do movimento, Antônio Nilson Weiber, a proposta para o movimento ser encerrado e retomar as negociações daqui a dez dias não foi aceita. Com isso, os caminhoneiros permanecem em Brasília e esperam que o movimento ganhe mais adesão para realizarem o 'buzinaço' na Esplanada dos Ministérios, que estava previsto para esta terça-feira. A categoria, de acordo com a assessoria do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), estaria disposta a acabar com a greve, mas quer ser ouvida pelo Governo. Foi marcada para esta quarta-feira, às 10 horas, uma nova reunião na Câmara da Frente Parlamentar da Agricultura com os caminhoneiros. Sem o debate com o governo da sua pauta de reivindicações, os caminhoneiros prometem intensificar os protestos nas estradas de todo Brasil. O chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Mauro Lemos, disse que 52 caminhões estavam estacionados no ginásio Nilson Nelson, na área central da cidade, no início da noite desta terça-feira. Segundo ele, alguns motoristas estavam aguardando alguma para decidir se permaneceriam na cidade nos próximos dias. O coronel disse que esteve ontem de manhã conversando com os caminhoneiros e que eles não querem envolvimento político ou com outros movimentos como o Movimento Sem Terra (MST) ou Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Segundo um líder do movimento, eles aguardam a chegada de cerca de 100 caminhoneiros para realizar o protesto. Esses caminhoneiros teriam se dispersado por conta da ação policial para evitar bloqueios e protestos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que, segundo os caminhoneiros, estariam fechando o trecho de uma rodovia próximo a Corumbá (GO). Os caminhoneiros protestam contra a alta do diesel, reivindica a redução dos fretes e dos pedágios. Em diversas rodovias do País, principalmente na região Sul, os protestos são mantidos mesmo depois de a presidente Dilma Rousseff ter sancionado sem alterações a Lei dos Caminhoneiros, que garante direitos à categoria. Mais de 30 caminhoneiros se reuniram na manhã desta terça-feira no posto Machado, localizado em Luziânia (GO). Eles deixaram o local às 11h30, escoltados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Guarda Nacional, e seguiram em direção a Brasília. A maioria é da região Sul do País. Wilton Souza França, caminhoneiro de Goiás, disse que a intenção é realizar um protesto pacífico. Ele reclama do alto preço do diesel, do frete, e da falta de segurança nas estradas para a pernoite. "A gente pára no posto e não tem segurança. Cobram a pernoite de R$ 25,00 a R$ 30,00 e acho que não é justo . A gente não tem local público para parar, não tem segurança", disse França, relatando também do risco das drogas. "O autônomo tá no sal, roda 24 horas para não ir à falência. As estradas estão contaminadas de pontos de drogas, muitos estão até abandonando as famílias", relatou. A Secretaria Geral da Presidência da República divulgou no início da tarde desta terça-feira uma nota afirmando que no dia seguinte à sanção integral da Lei dos Caminhoneiros, o movimento de paralisação da categoria no país foi o mais fraco desde o início da greve, há cerca de dez dias. Segundo a Presidência, há neste momento apenas cinco interdições de caminhoneiros em estradas federais, todas em cidades do Rio Grande do Sul. As paralisações, informa o Palácio do Planalto, são parciais e não prejudica o trânsito. O governo diz que o transporte de alimentos está livre na região. E que a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional e polícias locais seguem trabalhando para normalizar o transporte e o abastecimento no local. 

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