segunda-feira, 23 de março de 2015

Netanyahu pede desculpa por declaração sobre árabes feita no dia das eleições

Menos de uma semana após as eleições legislativas em Israel - nas quais seu partido saiu vencedor, o premiê do país, Binyamin Netanyahu, pediu desculpas nesta segunda-feira (23) por seus comentários sobre o voto dos árabes na eleição. "Sei que as coisas que disse há poucos dias feriram alguns cidadãos e feriram os árabes de Israel. Não tinha a intenção de fazê-lo, e peço desculpas por isso", disse o premiê. Na terça-feira (17), dia das eleições, Netanyahu advertiu em uma transmissão de vídeo on-line que árabes compareciam em massa para votar, levados por ônibus pagos pela esquerda, e conclamou seus seguidores a irem às urnas para impedir a derrota da direita.
 

Nesta segunda-feira, após muitas críticas, especialmente do esquerdismo, é claro, o chefe do Executivo se referiu publicamente a essa sua atitude. "Vejo-me como primeiro-ministro de cada um de vocês, de todos os cidadãos israelenses, sem distinção de religião, raça ou gênero", afirmou o premiê, após ter dito que "minhas ações como primeiro-ministro, incluindo o investimento de peso em grupos minoritários, provam completamente o contrário. Também acho que nenhuma autoridade de fora de Israel deva interferir em nosso processo democrático". Nas eleições de terça-feira passada, o Likud, partido de Netanyahu, obteve 30 cadeiras no Parlamento, desmentindo as pesquisas, que mostravam a sigla atrás do União Sionista, de centro esquerda. Alguns analistas não descartam que a fala do premiê, chamada de desesperada, tenha tido influência no resultado do pleito. Os comentários foram criticados no fim de semana tanto pela Casa Branca como por árabes e por Isaac Herzog, do União Sionista, que será o líder da oposição nessa próxima legislatura. Herzog acusou Netanyahu de humilhar 20% da população com o intuito de obter um punhado de votos.

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