segunda-feira, 2 de março de 2015

‘Não vim desrespeitar Obama’, diz Netanyahu em Washington


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou seu discurso nesta segunda-feira no Comitê de Interesses Públicos de Estados Unidos e Israel (Aipac) ressaltando que, apesar das diferenças entre os Estados Unidos e seu país, a aliança entre os dois aliados está mais forte do que nunca. Netanyahu chega a Washington em visita carregada de tensão, em que, apesar de tentar aliviar o atrito com o governo americano, deixou pontos claros da mensagem que trouxe e seu objetivo: evitar um acordo que considera ruim sobre o programa nuclear iraniano. "Não vim mostrar desrespeito a Obama", disse Netanyahu em relação ao discurso que deverá fazer no Congresso na terça-feira. O primeiro-ministro israelense reforçou seu discurso mostrando o Irã como patrocinador do terrorismo, justificando assim o perigo que uma arma atômica produzida no país representaria. Segundo ele, um Irã nuclear ameaçaria a sobrevivência de Israel, algo que seu país não permitirá. Netanyahu deixou claro que EUA e Israel “discordam sobre como deter” o programa iraniano, mas que já tiveram outros pontos de discórdia antes. "Desavenças numa família são sempre desconfortáveis. Mas somos sempre uma família", disse. O premier lamentou ainda que sua viagem aos Estados Unidos tenha ganhado uma conotação política. A controvertida visita de 48 horas gerou polêmica nos Estados Unidos, levando a um dos momentos mais sensíveis nas relações entre os dois aliados. A viagem enfureceu a Casa Branca e ao Partido Democrata porque surgiu como um convite da bancada republicana, sem uma consulta prévia ao presidente.  Momentos antes, o secretário de Estado americano, John Kerry, em Genebra, e a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, no próprio Aipac, deixaram clara uma tentativa de aliviar a tensão antes do discurso de Netanyahu. Os dois chamaram a atenção para uma espécie de preconceito na ONU contra Israel. Kerry se mostrou ainda preocupado que Netanyahu revele detalhes confidenciais das negociações sobre o programa nuclear iraniano durante seu discurso no Congresso americano.

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