terça-feira, 24 de março de 2015

Ministro da Secom vai explicar documento aloprado no Senado

O senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP), da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, havia pedido a convocação do ministro Thomas Traumann (Secretaria de Comunicação Social) para explicar o conteúdo de um documento produzido na Secom que: a) admite o uso dos chamados “blogs sujos” na sua “guerrilha” (segundo o texto, o Planalto fornece “munição” para ser “disparada” por “soldados de fora”); b) assume o emprego de robôs nas redes sociais para multiplicar mensagens de interesse do governo; c) defende o uso de verba publicitária federal para fazer a propaganda pessoal de petistas — no caso, o texto refere-se ao prefeito Fernando Haddad; d) prega que instâncias que devem servir ao Estado — como Voz do Brasil e Agência Brasil — estejam subordinados a uma orientação de caráter principalmente político. Muito bem! O próprio Traumann se mobilizou para que a convocação fosse transformada num convite — em que a autoridade comparece se quiser. Ele se comprometeu a ir. Os intermediários da negociação foram os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Cristovam Buarque (PDT-DF). A propósito: os meus coleguinhas da imprensa poderiam, por favor, dar importância ao principal, em vez de transformar em lead o secundário? O principal no texto de Traumann (ou da Secom) não é admitir o “caos político” ou o emprego de robôs. Isso é pouco menos do que nada. O principal é admitir que a verba publicitária é empregada para a “guerrilha” política e para financiar pistoleiros. Isso, sim, é matéria de CPI. Usa-se o Estado brasileiro para atingir os inimigos do regime, na melhor tradição chavista.

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