domingo, 22 de março de 2015

HSBC prevê que a economia brasileira deve ter o pior desempenho em 25 anos neste 2015

A recessão esperada para o Brasil será a mais forte em um quarto de século, segundo previsão do banco britânico HSBC. A instituição prevê contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% em 2015. "Se nossa previsão se confirmar, será o pior desempenho para a economia brasileira em 25 anos", aponta relatório sobre as perspectivas da economia global no segundo trimestre. Em 1990, ano do governo Collor, houve contração de 4,35% do PIB. O pessimismo é explicado pelo investimento "excepcionalmente fraco" em meio à falta de confiança empresarial e problemas dos setores de petróleo e gás e construção. Outro fator negativo é a contenção do consumo pela piora do mercado de trabalho e redução da renda disponível. Entre os 46 países e regiões econômicas com previsões no relatório, apenas três países devem amargar recessão em 2015: Brasil, Argentina (-2%) e Rússia (-3,5%). Nenhuma economia desenvolvida deve registrar contração. Para 2016, o banco espera que o PIB brasileiro deve se recuperar com crescimento de 2,3%. "As expectativas para a economia brasileira continuam a deteriorar-se. Dois fatores ajudam a explicar o fraco desempenho da economia: investimento excepcionalmente fraco e contenção do consumo", diz o estudo divulgado na sexta-feira, na capital britânica. O trecho do documento dedicado ao Brasil é assinado pelo economista-chefe do HSBC em São Paulo, Constantin Jancsó. Entre as razões do pessimismo, o HSBC nota que há piora da confiança empresarial por uma série de fatores. Além da deterioração das perspectivas econômicas e das preocupações com o risco de racionamento elétrico - aspectos que já influenciavam em 2014, o relatório cita que a situação piorou com as dificuldades do setor de petróleo e gás e construção em meio às investigações sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras. Isso deve fazer com que o volume de investimento em ativos fixos caia 8% em 2015. No lado do consumo, os prognósticos também não são bons. O banco fala em queda do consumo de 0,5% neste ano, o que seria o pior desempenho da componente do PIB desde 2003. "Esperamos que as famílias sejam afetadas negativamente pela fraqueza do mercado de trabalho - projetamos que o desemprego deverá subir 2 pontos porcentuais na média em 2015 - e haverá impacto das políticas austeras do governo - o aumento dos preços das eletricidade deve cortar a renda disponível entre 1% e 2%", diz o economista.

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