quinta-feira, 12 de março de 2015

Dólar renova máxima e termina o dia cotado a R$ 3,16


O dólar fechou em alta de cerca de 1% nesta quinta-feira e voltou a renovar as máximas em quase onze anos, em meio às persistentes preocupações com a situação política e econômica do Brasil. A moeda americana subiu 1,08%, a 3,1615 reais na venda, o maior nível de fechamento desde 14 de junho de 2004, quando ficou em 3,170 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,6 bilhão de dólares. "De maneira geral, o dólar está no meio de um processo de mudança de patamar, em uma trajetória de alta firme. Dá para imaginar um alívio pontual, mas não uma recuperação consistente", explicou o economista-chefe da INVX Global Asset Management, Eduardo Velho. O movimento contrastou com a queda do dólar nos mercados externos, que refletia a expectativa de que a manutenção de juros mais baixos nos EUA sustente a atratividade de papéis de outros países. Essa perspectiva ganhou mais força nesta manhã após dados fracos sobre as vendas no varejo americano. Mesmo assim, os investidores continuaram apreensivos no mercado brasileiro, em meio a temores de que a resistência política à presidente Dilma Rousseff dificulte ainda mais o ajuste fiscal. Os agentes do mercado optaram pela cautela depois da divulgação de um relatório da Fitch, no qual o diretor Joe Bormann avalia que a taxa de câmbio teria que se desvalorizar a cerca de 3,75 reais para tornar as exportações brasileiras competitivas. Além disso, pesou a leitura da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o Banco Central teria "jogado a toalha" em relação à inflação em 2015. No documento, o Banco Central afirma que o balanço de riscos para a inflação este ano ficou menos favorável. Dúvidas sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcado para durar até pelo menos o fim deste mês, também sustentaram as preocupações. "Se o governo achar que o dólar pode subir mais, é melhor pagar a variação cambial de agora do que a que pode vir", explicou o operador de papéis de uma corretora nacional. Essa percepção, por sua vez, reforçou as expectativas de que o BC pode não estender seu programa de intervenções diárias.

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