terça-feira, 17 de março de 2015

Dívida da Petrobras triplicou em 2 anos e foi a R$ 332 bilhões

A crise financeira da Petrobras, que a obriga agora a vender ativos, se agravou nos últimos dois anos. De 2012 ao final de 2014, as dívidas da estatal passaram de R$ 181 bilhões para R$ 332 bilhões. A relação entre a dívida e o patrimônio da companhia subiu de 31% em 2013 para 43% no fim do terceiro trimestre de 2014. Ao mesmo tempo, a geração de caixa foi prejudicada pela defasagem do preço dos combustíveis (a empresa importa por preço maior que o de venda no Brasil) e investimentos em atividades pouco rentáveis, como novas refinarias no Nordeste. A estatal ampliou ao máximo o uso de refinarias, mas as perdas com a política de preços da gasolina está longe de ter zerado. No terceiro trimestre de 2014, a empresa importava 222 mil barris/dia de petróleo e derivados – quase 10% de sua produção. Nesse período de dois anos, a dívida, que já era quase o triplo da capacidade de gerar fundos, subiu para quase o quíntuplo. Medida pela alavancagem (que relaciona dívida e geração de caixa), passou de 2,77 para 4,63. A situação piorou com as investigações da operação Lava Jato, que provocou um impasse na publicação do balanço: a auditoria PwC recusou-se a assinar o documento. Para atender às exigências da auditoria, a Petrobras montou uma força-tarefa para calcular as perdas com propinas e os valores reais de seus ativos. Se não publicar o balanço até o final de maio, pode ser obrigada a antecipar o pagamento de US$ 110 bilhões, ou um terço de tudo o que deve na praça. O alto endividamento e as dúvidas sobre a capacidade de pagamento fizeram a agência de risco Moody's rebaixar a nota da estatal, que perdeu assim o grau de investimento. Na prática, significa que eventuais financiadores cobrarão juros mais altos para fazer empréstimos à estatal, piorando a situação da dívida.

Um comentário:

Carlos U Pozzobon disse...

É mentira a afirmação de que a crise de caixa da Petrobras se deve ao fato de importar gasolina por preço mais alto do que vende nas bombas. Desafio qualquer jornalista a provar com dados esta afirmação que sempre é repetida para justificar o fracasso da empresa.