quarta-feira, 11 de março de 2015

Dilma põe Kassab, Rebelo e Eliseu Padilha na articulação política


A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta quarta-feira informações que circularam nos bastidores de que ela estaria decidida a retirar o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da coordenação política de seu governo. Durante entrevista coletiva após cerimônia de entrega de 967 casas do programa Minha Casa, Minha Vida, no Acre, Dilma negou a mudança, mas confirmou uma alteração: o aumento do número de ministros e partidos que deverão participar da articulação política por meio de "rodízio". Serão incluídos na tarefa os ministros das Cidades, Gilberto Kassab (PSD); da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB); e da Aviação, Eliseu Padilha (PMDB). A decisão de Dilma de escalar uma "junta de ministros" para tentar amenizar a crise com o Congresso já estava consolidada, mas tinha o nome do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, como representante do PMDB. "Não há nenhuma modificação na coordenação política", declarou a presidente, tentado afastar os rumores. "Eventualmente vamos chamar outros ministros quando o assunto for correlato à área deles". De acordo com Dilma, a princípio as reuniões do grupo, formado ainda pelo ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), serão semanais. Mas poderão ser realizadas com maior intensidade."É muito flexível, é um sistema de governo", afirmou ela. Questionada se o rodízio seria uma forma de melhorar a relação com o Congresso Nacional, com quem Dilma tem tido vários embates e sofrido algumas derrotas na tentativa de aprovar as medidas do ajuste fiscal, a presidente declarou que sempre esteve aberta ao Congresso. A quatro dias dos protestos que devem defender seu impeachment, a presidente declarou que não tem qualquer restrição ao direito da população de se manifestar. Após lembrar que, durante a juventude, participou de manifestações contra o Regime Militar, Dilma afirmou que a livre manifestação é algo que o Brasil tem de defender, desde que seja pacífica. "Temos direito de se manifestar. O que nós não temos é o direito de ser violento", afirmou durante a entrevista. "A livre manifestação é algo que o Brasil tem de defender e defender que seja feita de forma pacífica". A presidente lembrou das manifestações de junho de 2013, que, segundo ela, foram pacíficas - mas com momentos em "que perdeu o controle, porque um grupo ficou mais radicalizado". No domingo passado, Dilma foi alvo de panelaço em doze capitais enquanto discursava na TV. Nesta terça-feria, ela foi vaiada por cerca de 200 pessoas durante o Salão Internacional da Construção Civil em São Paulo. E bateu em retirada. 

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