quarta-feira, 4 de março de 2015

Delator afirma que propina para Renan Calheiros "furou" teto de 3%


O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos delatores do Petrolão do PT, afirmou em depoimento à Justiça do Paraná que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi um dos beneficiários do propinoduto. Costa disse que os pagamentos feitos ao peemedebista excederam o teto da cota repassada aos partidos PT, PMDB e PP, responsáveis por indicar o nome dos diretores da estatal. Em sua delação premiada, ele explicou que a propina ultrapassou os 3% para que "fosse incluído um valor para Renan". Segundo o delator, o "interlocutor" das relações entre Renan e Paulo Roberto Costa era o deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE), antigo aliado da família Calheiros, que foi prefeito da cidade cearense de Aracaú. Gomes, inclusive, chegou a contratar como assessor de gabinete o filho mais novo de Renan, Rodrigo Rodrigues Calheiros. Entre 2007 e 2008, o representante de Renan teria procurado Paulo Roberto Costa para pedir que a Petrobras "passasse a contratar uma empresa, a Serveng-Civilsan". O Grupo Serveg, que trabalha nas áreas de energia, mineração, engenharia e construção, firmou contrato com a estatal para realizar as obras da Refinaria Premium I, avaliada em 20 bilhões de reais, na cidade maranhense de Bacabeira. As obras da refinaria, considerada uma das maiores da Petrobras, estavam paralisadas, tanto que o governador do Maranhão, Flácio Dino (PCdoB), pediu no mês passado à presidente Dilma Rousseff (PT) que desse o aval para retomada das obras. Em resposta às denúncias, o presidente do Senado afirmou nesta quarta-feira que "não tem absolutamente nada a ver com isso" e que não foi informado sobre o seu nome estar na lista de políticos enrolados no Petrolão do PT. "Até o momento não sabemos de absolutamente nada. Não fomos informados por ninguém. Feliz da democracia que permite o questionamento dos homens públicos. Questionar homens públicos é uma coisa democrática. Eu não tenho nada, absolutamente nada com isso. Qualquer eventual citação, se houver, com relação a mim, ela será de terceiros, indireta. Estou aguardando que haja o questionamento para que eu possa dar as respostas, e se me fizerem eu estarei pronto para dar as respostas à luz do dia", disse o presidente do Senado.

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