quarta-feira, 4 de março de 2015

Colômbia detém navio chinês por transporte ilegal de armamento para Cuba

O navio chinês, no porto caribenho de Cartagena
Autoridades colombianas detiveram um navio operado pelo maior grupo de transporte marítimo da China por transportar ilegalmente balas de canhão, toneladas de pólvora e outros materiais utilizados para fabricar explosivos. O cargueiro ia para Cuba quando foi parado depois de uma inspeção no porto de Cartagena, no último sábado. "Aproximadamente 100 toneladas de pólvora, 2,6 milhões de detonadores, 99 projéteis e cerca de 3.000 balas de canhão foram encontrados", enumerou Luis González, diretor nacional do gabinete da Procuradoria Geral da Colômbia. No entanto, a documentação da carga apresentada pelo capitão do navio Da Dan Xia, operado pela Cosco Shipping (parte de um conglomerado estatal), descrevia algo bem menos suspeito. Nos registros, a carga declarada era de grãos. O capitão Wu Hong foi preso e poderá responder por transporte ilegal de material militar. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, afirmou que o cargueiro transportava suprimentos militares comuns para Cuba e não estava violando nenhuma regulamentação internacional: "É uma cooperação comercial militar completamente normal". Fotos divulgadas pelo Ministério Público mostram caixas de madeira dentro de um contêiner com etiquetas da Corporação das Indústrias do Norte da China, maior fabricante de armas da China. Um porta-voz da companhia afirmou que a embarcação estava transportando alguns de seus produtos, que foram vendidos legalmente. Mas acrescentou, sem explicar, que detalhes divulgados sobre o que estava a bordo "não são verdadeiros". O destinatário da carga era a importadora Tecnoimport, de Havana. China e Cuba têm laços comerciais cada vez mais estreitos - o presidente Xi Jinping visitou a ilha no ano passado, quando assinou uma série de acordos. Em julho de 2013, um navio da Coréia do Norte foi detido na região do Caribe, perto do canal do Panamá, quando armas da era soviética foram encontradas. A carga bélica estava escondida no meio de toneladas de açúcar. O Panamá libertou 32 tripulantes e a embarcação depois do pagamento de mais de 1 milhão de dólares em multa.

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