terça-feira, 3 de março de 2015

Caminhoneiros desistem de buzinaço em Brasília após governo petista aceitar ouvir suas lideranças com intermediação de deputados

Após a reunião entre caminhoneiros e parlamentares no Congresso, no final desta tarde de terça-feira (3/3), um dos líderes do movimento, Ivar Schmidt, foi convidado para se encontrar com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o petista trotskista Miguel Rossetto, no Palácio do Planalto. No caminho para a segunda reunião, Ivar Schmidt confessou estar otimista quanto às negociações. Ele disse que a expectativa é só realizar "buzinaço" para "comemorar resultados". Os parlamentares convidaram líderes para audiência pública nesta tarde, quando foram visitá-los, no local onde o grupo estava concentrado, no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. Um dos manifestantes estava fantasiado com roupas que faziam alusão à figura da presidente Dilma Rousseff. Desde ontem (2/2), chegaram cerca de 30 caminhoneiros preparados para o protesto, marcado para hoje. A pauta dos manifestantes inclui, entre outros: a redução do percentual do último aumento do PIS/Cofins sobre o diesel, ou seja, diminuição no preço do combustível; que o governo defina a opção por uma tabela mínima de frete nas discussões que serão realizadas no próximo 10/3; abertura de linha de crédito especial para o transportador autônomo de cargas; carência de 12 meses para pagar as parcelas de financiamento da compra dos caminhões e o perdão de multas, notificações e processos judiciais aplicados durante as manifestações. Os caminhoneiros começaram os bloqueios no final de fevereiro. No auge das manifestações, na quarta-feira (25), foram 129 trechos bloqueados em 14 Estados. No dia seguinte, na quinta-feira, o governo chegou a um acordo com a pelegado que se dizia representante dos caminhoneiros, após longa reunião, com a presença de empresas transportadoras e líderes fantoches dos setores afetados pelos bloqueios das rodovias. No entanto, havia divergência sindical - liderada por Ivar Schmidt - quanto ao acordo, e as paralisações continuaram, em menor escala. Até as 17 horas de ontem (2/2), tinham sido registradas 35 manifestações em seis Estados; Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O movimento perdeu força à noite, mas, às 19 horas, três Estados (SC, MT, RS) ainda tinham 22 pontos de bloqueio em estradas. A presidente petista Dilma Rousseff sancionou, sem vetos, em uma cerimônia praticamente secreta, a Lei dos Caminhoneiros, ontem (2/3), como parte do acordo apresentado pelo governo para o fim das paralisações. No entanto, as pautas principais - a diminuição do preço do frete, do diesel e dos pedágios - não havia sido contemplada no acordo com a pelegada sindical. 

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