quinta-feira, 19 de março de 2015

Banqueiro mensaleiro Vinicius Samarane, do Banco Rural, consegue progredir do regime fechado


O ex-vice-presidente do Banco Rural, Vinicius Samarane, deve ser o primeiro mensaleiro condenado a regime fechado a ter o direito de passar a cumprir pena em regime semiaberto. Até agora, o benefício só foi concedido ao núcleo político do esquema de corrupção porque seus integrantes, entre eles o ex-ministro e bandido político mensaleiro José Dirceu, tiveram penas inferiores aos oito anos de reclusão. Samarane, que integrava o núcleo financeiro, foi condenado a oito anos, nove meses e dez dias de prisão pelos crimes de gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. A defesa de Samarane recorreu ao Supremo Tribunal Federal alegando que, como já cumpriu pelo menos um sexto da pena e tem bom comportamento na cadeia, pode passar ao regime semiaberto, situação que permitiria a ele trabalhar ao longo do dia e voltar à cadeia apenas à noite. O pedido de Vinicius Samarane obteve parecer favorável do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas ainda precisa ser analisado pelo relator do processo do Mensalão do PT, ministro Luís Roberto Barroso. Em seu pedido, o ex-executivo diz que a Vara de Execuções Penais autorizou que ele parcelasse a multa imposta pelo STF como parte da condenação. Ao todo, a multa do mensaleiro chega a 892.771 reais - ele pagou a primeira parcela em fevereiro, no valor de 37.198 reais. Em sua manifestação, Janot diz que o parcelamento da multa é possível, mas ressalta que Samarane precisa comprovar mensalmente estar em dia com as parcelas assumidas junto à Justiça. Outros integrantes da cúpula do Banco Rural, incluindo a presidente Katia Rabello, continuam presos em regime fechado. De acordo com a decisão do Supremo que condenou os executivos, para repassar dinheiro ao valerioduto, o Banco Rural ignorou normas do Banco Central, a falta de garantias dos avalistas e ainda suprimiu documentos que provariam as fraudes financeiras. Em troca, a cúpula da instituição bancária esperava obter caminho livre para a liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, o que poderia render ganho bilionário a ela.​

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