sábado, 7 de março de 2015

Alvo da Lava Jato, vice-governador da Bahia diz estar "cagando e andando"


O vice-governador da Bahia, João Leão (PP), alvo de investigação no Superior Tribunal Federal por suspeita de corrupção e formação de quadrilha, diz que é inocente e avisa que está "cagando e andando na cabeça desses cornos todos", conforme nota divulgada na noite de sexta-feira. "Sou um cara sério", afirma. Vice do petista Rui Costa, Leão alegou primeiramente surpresa com a inclusão do seu nome no rol de investigados por indícios colhidos na Operação Lava Jato. "Ao longo de 28 anos de vida pública, posso afirmar que este é um dos momentos mais espinhosos. Estou triste, estou surpreso e ao mesmo tempo forte para iniciar esta luta: sou inocente e vou provar", postou no Facebook: "Tenho a mais absoluta certeza de que a verdade vai aparecer e todos os fatos serão esclarecidos de forma transparente". No fim da noite, Leão voltou ao assunto em outros termos, que chamou de "bom português". "Não sei por que meu nome saiu. Nem conhecia esse povo. Acredito que pode ter sido por ter recebido recursos em 2010 das empresas que estão envolvidas na operação. Mas, botar meu nome numa zorra dessas? Não entendo. O que pode ser feito é esperar ser citado e me defender. Estou cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos. Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa", disse: "Segunda-feira vou para Brasília saber por que estou envolvido. Recebi recursos da OAS em 2010, mas quem recebeu recursos legais, na conta legal, tem culpa?" O PP de Leão é a sigla que tem mais parlamentares enrolados no petrolão. De 47 pedidos de investigação contra políticos, 32 deles são direcionados a representantes da legenda. Conforme suspeita da Procuradoria-Geral da República, os pepistas atuavam de forma organizada e recebiam um pagamento mensal de propina pagos pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo as apurações da Operação Lava Jato, a bancada na Câmara levava entre 1,2 milhão de reais e 1,5 milhão de reais todos os meses, enquanto os líderes, responsáveis pela distribuição do dinheiro, embolsavam de 250.000 reais a 500.000 reais mensais.

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