sábado, 28 de fevereiro de 2015

Tarifaço sobre energia começa nesta segunda-feira e aumento chega a 48%

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta sexta-feira (27) o reajuste extraordinário sobre as distribuidoras de energia de todo País e ainda um acréscimo para o sistema de bandeiras tarifárias. O efeito prático para o consumidor é um aumento, a partir da próxima segunda-feira (2), de até 48% no preço da luz, considerando reajuste extraordinário e bandeira tarifária. Na média, o aumento percebido pelos brasileiros em março será de 32%. Esse percentual considera tanto a média dos reajustes extraordinários no País (23,4%) quanto o efeito extra trazido pela aplicação da bandeira vermelha (8,5%), que vai valer durante todo mês. Apesar da bandeira tarifária poder variar de mês para mês, é improvável, pelas condições climáticas e atual situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que a cor da bandeira possa voltar a ser verde no curto prazo (sem acréscimos para o consumidor), ou mesmo amarela (que indica gastos acima do padrão, mas não exorbitantes). De forma que a pressão sobre os preços da energia deve seguir pelos próximos meses. Mesmo ao desconsiderar o efeito da bandeira tarifária, o aumento médio que será aplicado sobre as tarifas, de forma permanente, será de 28,7% para Sul, Sudeste e Centro-Oeste e de 5,5% no Norte e Nordeste. Para os consumidores da Eletropaulo, por exemplo, o aumento extraordinário elevará as tarifas em 31,9%. Com a bandeira vermelha, 40,4%. A grande diferença entre os aumentos médios de uma região para outra se dá por dois motivos: o primeiro é a proteção legal das regiões Norte e Nordeste. A regra impede que haja uma divisão igualitária dos gastos anuais do setor elétrico, fazendo com que as duas regiões paguem menos. Além disso, recaem sobre os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste os custos altos da compra da energia de Itaipu, que sofreu aumento de 46% a partir de janeiro. Como apenas essas regiões fazem uso dessa energia, só elas pagam por estes gastos maiores. O sistema de bandeiras tarifárias é o responsável por passar mensalmente o custo elevado das usinas térmicas para o consumidor. Além do risco hidrológico, que é o gasto extra das usinas que não conseguem entregar a quantidade de energia prevista em contrato. Em decisão, também tomada nesta sexta-feira (27), o preço das bandeiras aumentou 83% no caso da vermelha e 66,7% no caso da amarela. Pela regra, o acréscimo mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos no caso do maior preço. Para a bandeira tarifária amarela – quando gastos com usinas térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados –, o preço vai passar de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50.  Só não há elevação de preços quando a bandeira for verde, indicando poucos gastos extraordinários no setor. Das maiores distribuidoras do País, apenas Ampla não sofrerá aumento extraordinário. Isso ocorrerá porque a empresa já tem agendado para 15 de março o seu processo regular de reajuste de tarifas, quando então serão considerados todos os custos adicionais de uma só vez. Já a CEA (AP) não solicitou revisão extraordinária. Desta forma, o aumento para seus consumidores será considerado também de uma só vez no momento de sua revisão ordinária, agendada para 30 de novembro. Já a Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia (RR) e CERR (RR) não passarão pelo reajuste extraordinário porque não participam do rateio das contas do setor elétrico. Essas empresas não fazem parte do Sistema Interligado Nacional.

Veja percentuais do aumento de cada distribuidora
DistribuidoraEfeito
CELPE2,20%
COSERN2,80%
CEMAR3,00%
CEPISA3,20%
CELPA3,60%
ENERGISA PB3,80%
CELTINS4,50%
CEAL4,70%
COELBA5,40%
ENERGISA BO5,70%
SULGIPE7,50%
ENERGISA SE8,00%
CPFL STA CRUZ9,20%
COELCE10,30%
MOCOCA16,20%
CERON16,90%
CPEE19,10%
JOAOCESA19,80%
COOPERALIANÇA20,50%
ELETROACRE21,00%
SANTAMARIA21,00%
CHESP21,30%
CSPE21,30%
CEEE21,90%
LIGHT22,50%
CJE22,80%
IENERGIA23,90%
CEB24,10%
ELEKTRO24,20%
CELESC24,80%
BANDEIRANTE24,90%
ENF26,00%
ESCELSA26,30%
CEMAT26,80%
ENERGISA MG26,90%
EFLUL27,00%
ELETROCAR27,20%
CELG27,50%
DME-PC27,60%
ENERSUL27,90%
CEMIG28,80%
CPFL PIRATININGA29,20%
EDEVP29,40%
CPFL PAULISTA31,80%
HIDROPAN31,80%
CFLO31,90%
ELETROPAULO31,90%
FORCEL32,20%
CAIUA32,40%
DEMEI33,70%
MUXFELDT34,30%
COCEL34,60%
CNEE35,20%
RGE35,50%
COPEL36,40%
UHENPAL36,80%
BRAGANTINA38,50%
AES SUL39,50%

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