terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Polícia Federal desconfia que o doleiro Youssef é maconheiro e puxou fumo dentro de sua cela

A Polícia Federal desconfia que o doleiro Alberto Youssef e o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, presos na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, em decorrência da Operação Lava Jato, fumaram maconha dentro da carceragem. Em documento interno, dois agentes relatam ter sentido um "odor característico de entorpecente" vindo da cela em que estavam Youssef e Costa —mas, ao entrarem no local, ouviram barulho da descarga do sanitário. O caso, que aconteceu em julho do ano passado, foi revelado nesta terça-feira (3) pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo". Os presos "logo saíram da cela aparentando certo desconcerto", narra um dos agentes no relatório. Então, o delegado Ivan Ziolkowski foi chamado ao local a fim de apurar o ocorrido. A versão dos presos dá conta de que eles fumavam na cela, sim, mas não um baseado de maconha. Tratava-se apenas, disse Costa ao delegado, de um cigarro de hortelã confeccionado com uma página da Bíblia. O preso também disse que tinha um isqueiro, que acabou recolhido pelos agentes. Ziolkowski não ficou convencido. Pediu, então, que o preso enrolasse outro cigarro de hortelã com uma folha bíblica — e acendesse o artefato. O cheiro, disseram os agentes, não era igual ao que sentiram de início.
 

Outros presos também sentiram o odor característico da cannabis — ou "cheiro de mato queimado", frase que o relatório atribui a um detento. Um deles chegou a ficar animado: "Vai deixar nós tudo doidão", afirmou. Por ser advogado, Costa tem a prerrogativa de receber visitas sem a presença de agentes da polícia. A Polícia Federal usou cães farejadores para procurar indícios da droga em todas as celas, mas não encontrou nada. No dia 19 de janeiro, o Ministério Público Federal decidiu pelo arquivamento do inquérito, já que não houve flagrante e não há provas do suposto crime.

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