segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Líder do PSDB troca farpas com petista ao falar em impeachment de Dilma

Líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) afirmou nesta segunda-feira (9) ser legítima a discussão sobre o impeachment de Dilma Rousseff e que não se pode falar em quando parte da população pede o afastamento da presidente. A fala gerou irritou o petista Lindbergh Farias (RJ). Lindbergh disse que os tucanos estimulam os movimentos pró-impeachment. "Não é acusar o povo de golpista, mas tem uma minoria golpista se organizando nesse País, como fizeram com Getúlio, João Goulart. Estimuladas, sim, pelo PSDB, que questionou o processo eleitoral ao seu final", disse o petista. Na tribuna do Senado, o tucano disse que a oposição não está apoiando os movimentos que pregam a saída de Dilma, mas que o PSDB considera legítimas as manifestações em defesa do impeachment. "Queda de popularidade não está prevista na Constituição como motivo para impeachment. A questão é muito mais grave. Estamos diante de um conjunto de fatos que levam, aí sim, a população a mencionar cada vez mais aquilo que é o impedimento da presidente da República previsto na Constituição", disse o tucano. Em defesa de Cunha Lima, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) questionou o fato de Lindbergh ter liderado os movimentos em favor do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, na época como cara-pintada, e agora condenar aqueles que pregam a saída de Dilma. Irritado, o petista disse que haviam denúncias de justificavam o impeachment de Collor no início da década de 90, que agora não se replicam no governo Dilma: "Agora não há nada. Vocês estão sendo maus perdedores. Isso é golpismo. Não me venha comparar momentos que não têm nada a ver na história. Aqui, é grito de quem perdeu a eleição e está querendo mudar o resultado".
 

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também defendeu as discussões sobre o impeachment no país, mesmo com os protestos de Lindbergh: "A palavra impeachment não deve causar arrepio porque está na Constituição. O que causa arrepio é estar na boca do povo. Mas não adianta querer silenciar. Tentar silenciar é golpismo". Ex-ministra da Casa Civil de Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que a queda na popularidade da presidente não pode ser usada como motivação para o discurso pró-impeachment. A petista disse que em 1999 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha índices de rejeição maiores que os registrados na pesquisa Datafolha divulgada neste final de semana sobre o governo Dilma, e que, nem por isso, o PT defendeu o seu afastamento. "Fazer desta pesquisa uma avaliação de que o governo não tem credibilidade e colocar discussão política de impeachment, é desconhecer a história política desse país. Em 1999, o presidente FHC tinha apenas 21% de ótimo e bom, e mais de ruim e péssimo que hoje tem a presidente Dilma. E não tínhamos a tempestade que temos agora".  

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