quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Juízes querem auditoria geral na gestão das empreiteiras do Petrolão

Alegando preocupação com a pressão política que “parece se intensificar sobre as investigações da Operação Lava Jato”, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo Costa, encaminhou nesta quinta feira, 19, pedido de audiência ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O presidente da AMB deverá propor uma varredura na gestão das empreiteiras citadas, informou a mais influente entidade da toga do País. “O Judiciário precisa conduzir esse processo e avançar com independência no combate à corrupção e à impunidade”, declarou João Ricardo Costa: “A Operação Lava Jato trouxe fortes indícios de que muitas dessas empreiteiras que estão sendo investigadas atuam como verdadeiras organizações criminosas cartelizadas que estão saqueando os cofres públicos há anos". Para o presidente da AMB, “é necessário que o Executivo promova uma investigação profunda, além das denúncias da Petrobrás”. O ministro da Justiça admitiu ter recebido advogados de empreiteiras sob suspeita de terem formado cartel na Petrobrás. O episódio provocou forte reação do juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Ele classificou de “indevida interferência política” a estratégia das empreiteiras. O presidente da AMB critica a conduta de advogados de defesa dos acusados na Operação Lava Jato, ao solicitarem audiência com ministro da Justiça: “É fundamental para a democracia que os advogados atuem na amplitude das suas prerrogativas, de forma incondicional. Porém, estas mesmas garantias devem ser exercidas dentro de um conceito radicalmente republicano. Neste caso específico, a conduta dos advogados induz em uma atuação voltada para pressionar o uso do poder político sobre o Judiciário". O presidente da AMB defende o Poder Judiciário como instância para o exercício da ampla defesa, “já devidamente estruturado para recepcionar todo e qualquer pleito em relação ao caso”. “Para cada decisão da Justiça, contamos com infindáveis recursos. O que não podemos admitir é a tentativa de pressionar o Poder Judiciário e os juízes que atuam no processo, muito menos qualquer conduta que tente desqualificar o magistrado que preside as investigações em questão”, alerta João Ricardo Costa.

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