terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Geraldo Alckmin anuncia obra para levar mais água para o sistema Alto Tietê

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na manhã desta terça-feira (3) que vai retirar mais 2.000 litros de água por segundo do sistema Rio Grande para socorrer o Alto Tietê, além de outros 2.000 já anunciados antes. "Estamos estimulados com a possibilidade de o Rio Grande passar 2 m³ por segundo para Taiaçupeba e, em seguida, mais 2 m³. A própria Sabesp vai executar a obra, de 11 kms de dutos", disse o governador. A previsão dele é terminar até maio ao menos a primeira linha de dois tubos –o que garantirá 2.000 litros de água por segundo. O governador disse que também estuda retirar mais água dos rios São Lourenço e Guaió, também para socorrer o sistema Alto Tietê. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. Ele opera com 11,17% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Alckmin afirmou que a principal medida agora é reduzir a retirada de água do Cantareira para depender cada vez menos desse sistema. "Nas ultimas 24 horas, o consumo de água no Cantareira foi 14,7 metros cúbicos por segundo e a entrada foi 26,9", disse. Como complemento, ele disse ainda que serão construídos um reservatório no município de Pedreira e outro em Amparo, mas não informou datas. Alckmin afirmou que retirar água da represa Billings, conhecida pelo alto índice de poluição, para abastecimento humano, não é um problema. "Nós já usamos água da Billings para abastecer o sistema Guarapiranga através do braço Taquacetuba desde a década de 1990 e para o sistema Rio Grande desde a década de 1960. Ela tem muita água, o problema é você fazer essa transferência, tratamento. Mas a tecnologia hoje permite o tratamento através de membranas ultrafiltrantes que é o que há de mais seguro". O governador também confirmou que vai restringir o uso de água a produtores agrícolas da Grande São Paulo. "Água para irrigação para quem não tem outorga, nós vamos limitar. E estimular, não o valetão, mas a aspersão (irrigação). Na indústria, estimular a água de reúso, pois temos disponibilidade imediata", afirmou. Alckmin disse que mesmo os produtores que têm outorga serão avaliados: "Precisa saber se a outorga corresponde ao que está sendo retirado. Essa checagem começará a ser feita nesta semana e quem não tem outorga precisamos ter uma outra solução. O governo estuda juridicamente até indenizar pequenos produtores que possam ter outorga. Estamos avaliando, mas a ideia é sempre priorizar o abastecimento humano". O Estado de São Paulo dispõe de apenas 271 funcionários para fiscalizar o uso da água, em represas, nascentes, poços e rios que abastecem a população, além de empresas e produtores rurais. Dos 404 cargos de engenheiro concursado com essa atribuição no Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), apenas 271 (67% do total) estão preenchidos, segundo dados do Portal da Transparência do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Isso representa um déficit de 133 fiscais.

Nenhum comentário: