quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Esforço fiscal começa 2015 no azul, mas é o pior janeiro em seis anos

Com Joaquim Levy no comando da equipe econômica, as contas públicas iniciaram o ano no azul. O Ministério da Fazenda informou nesta quinta-feira que o governo central (composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um superávit primário — economia para o pagamento de juros da dívida pública — de R$ 10,4 bilhões. O resultado, no entanto, representa uma queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o primário foi de R$ 13 bilhões. Esse é o pior número dos últimos seis anos.


Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela Fazenda, as receitas da União somaram R$ 102,9 bilhões, o que representa uma queda de 0,2% sobre 2014. Já as despesas foram de R$ 92,5 bilhões e tiveram uma alta de 2,7% sobre o ano passado. A meta fiscal de 2015 está fixada em R$ 66,3 bilhões, ou 1,2 % do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Deste total, R$ 55,3 bilhões, ou 1% do PIB, cabem ao governo central. As contas de janeiro ainda sofrem reflexo das manobras que foram feitas pela equipe econômica anterior. Para tentar melhorar o resultado fiscal, o ex-secretário do Tesouro, o "Mandrake" trotskista gaúcho Arno Augustin adiou o pagamento de despesas. Um exemplo disso está nos desembolsos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Os repasses para a CDE em janeiro somaram R$ 1,25 bilhão. Em dezembro do ano passado, esse valor foi de apenas R$ 207,7 milhões. O pagamento de investimentos também se acelerou de dezembro para janeiro. No último mês de 2014, essas despesas acumularam R$ 3,92 bilhões. Já no primeiro mês de 2015, o valor chegou a R$ 7,68 bilhões. No entanto, o número representa uma queda de 30,8% em relação a janeiro de 2014. De acordo com o relatório da Fazenda, as despesas com pessoal e encargos sociais foram de R$ 20,065 bilhões em janeiro, o que representa um crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Os gastos de custeio, por sua vez, chegaram a R$ 22,3 bilhões — um aumento de 14,9% na mesma comparação. 

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