sábado, 7 de fevereiro de 2015

Escolha de Bendine desagrada Wall Street e ADR da Petrobras despenca 9%

A escolha do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para comandar a Petrobras no lugar da petista Graça Foster não agradou os investidores em Wall Street. O executivo é visto como muito próximo ao PT e a expectativa era que o escolhido fosse um nome mais ligado ao setor privado, de acordo com gestores e operadores. Um dos sinais do descontentamento com a escolha pôde ser visto na queda dos American Depositary Receipts (ADRs), recibos que representam ações da Petrobras listados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). O papel recuou 9,3% no final da tarde desta sexta-feira, uma das maiores quedas dos dia de toda a bolsa norte-americana. O ADR também foi o terceiro papel mais negociados do dia. Bendine é muito próximo ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a expectativa dos investidores era por um nome mais “amigável ao mercado”, mais independente, avalia um gestor de um fundo que compra papéis da Petrobras. Para ele, não pode ser descartado o risco de a empresa perder a classificação grau de investimento em ao menos uma das agências de classificação de risco nos próximos meses. Para o gestor de um fundo de hedge, na gestão do Banco do Brasil, Bendine não ofereceu resistência à estratégia do governo de usar os bancos públicos para aumentar o crédito, reduzir os “spreads” e estimular a economia. Por isso, a sensação é que na Petrobras ele também não deve se opor às interferências de Brasília na gestão da companhia. Neste momento turbulento na empresa, que ainda não tem nem balanço auditado e é investigada pela Justiça dos Estados Unidos e do Brasil, o mesmo gestor reforça que o mercado esperava alguém com mais autonomia, que representasse um ruptura com a gestão anterior. Mas Bendine é percebido mais como uma continuidade, disse ele. Ao contrário do Banco do Brasil, em que era funcionário de carreira desde 1982 e conhecia as operações do banco, os investidores ressaltam que outro ponto negativo é que Bendine tem pouco conhecimento técnico do setor de petróleo e gás.

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