sábado, 28 de fevereiro de 2015

Eduardo Cunha diz que governo da petista Dilma terá mais dificuldade de aprovar medidas

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, prevê mais dificuldades para o governo federal conseguir aprovar as novas medidas do ajuste fiscal anunciadas nesta sexta-feira. Em outra ponta, empresários prometem derrubar a medida provisória que revê as desonerações da folha de pagamento, provocando um aumento da carga tributária para setores da economia. "Não será tranquilo aprovar. Essas são as medidas mais difíceis do ajuste fiscal porque têm impacto no preço de produtos. Certamente será mais conturbado aprovar. São as medidas mais difíceis do ajuste fiscal", disse Eduardo Cunha, citando o pacote anterior, ainda pendente de votação no Legislativo, que endurece regras do abono salarial, seguro desemprego e pensão por morte. Segundo ele, "criou-se expectativa de direito" em relação às desonerações concedidas no primeiro mandato de Dilma Rousseff e que, agora, o Congresso terá de fazer uma "discussão jurídica" sobre a medida provisória que aumentou impostos sobre a folha de pagamento. "Já havia distorção nas desonerações, mas não sei se acabar no meio do caminho vai ser a melhor maneira, porque criou-se expectativa de direito". Nitidamente irritado com o teor de algumas das iniciativas anunciadas nesta sexta-feira pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, prometeu uma ofensiva junto à Câmara e ao Senado para derrotar a MP. "É um absurdo. Pega um ano como este. Recessão, desemprego, racionamento de água, de energia, a Petrobras, a crise política. É tudo ao menos tempo", reagiu. "Há quatro, cinco anos, a gente achava que o Brasil tinha virado o País do presente e, de repente, estragam tudo", acrescentou. "Ajuste fiscal é reduzir despesas, não arrumar receita aumentando imposto", disse Skaf. O dirigente da Fiesp disse ver um ambiente favorável à revogação das medidas no Legislativo: "Eu sinto que o Congresso está legislando, ao contrário de outros momentos em que sentia uma sensação de que era o Executivo que legislava".

Nenhum comentário: