quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cresce número de consumidores que não pagam conta de luz e água

O número de consumidores que não conseguem pagar as contas de água e energia em dia cresceu 8,4% entre janeiro de 2014 e o primeiro mês de 2015, de acordo com o serviço de proteção ao crédito SPC Brasil e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Nesse mesmo período, o aumento geral da inadimplência, considerando dívidas com empresas desses e de outros setores, foi de 2,4%. Como há defasagem entre o início da inadimplência e o momento em que a concessionária coloca o nome do consumidor no cadastro de devedores, o que varia de acordo com a empresa e região, os números ainda não refletem o impacto dos aumentos de tarifas neste ano. Segundo o SPC Brasil, cerca de 20% desses devedores estão inadimplentes em até 90 dias. Esse é o período em que é possível ficar sem pagar a conta sem ter o serviço cortado. Outros 25% estão com as faturas atrasadas mais de três meses, mas menos de um ano. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirmou que algumas empresas estavam postergando o lançamento do nome de devedores no cadastro, mas retomaram esse processo nos últimos meses, quando a inadimplência começou a crescer e a "incomodar" mais. Segundo ela, o impacto dos novos reajustes nesse segmento vão aparecer nas estatísticas nos próximos meses. Em relação à energia, as tarifas começaram a subir mais rápido a partir de abril do ano passado, devido ao agravamento da seca e ao maior uso de energia termelétrica. Em 2014, elas ficaram 17% mais caras. Em janeiro deste ano, após um reajuste de 8,3%, as tarifas voltaram ao patamar de 2012, antes de a presidente Dilma Rousseff determinar a redução de 20% na conta. A tarifa de água e esgoto, por outro lado, caiu quase 3% em 2014, considerando a média entre as capitais que servem de referência para o cálculo do IPCA (índice de preços ao consumidor). A redução, no entanto, se deve ao bônus dado pelo governo do Estado de São Paulo. Nas outras capitais pesquisadas, os aumentos ficaram em torno de 7%. No geral, o número de dívidas atrasadas tem crescido menos, segundo o SPC Brasil, por causa do melhor desempenho do crédito bancário e do financiamento oferecido pelo comércio. Isso reflete as restrições impostas pelos bancos na liberação de recursos e a queda nas vendas a prazo no varejo, de acordo com a entidade. No segmento de comunicações, que inclui telefone, acesso à internet e TV por assinatura, houve aumento de 9,8% nos atrasos nos 12 meses encerrados em janeiro.

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