terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Argentina quer que Estados Unidos usem discussão de acordo nuclear com o Irã para esclarecer ataque de 1994 à AMIA

Em meio à complicada investigação da morte do procurador Alberto Nisman, o governo argentino peronista populista e muito incompetente e muito corrupto teve uma idéia inusitada, idéia mesmo de jerico. O ministro de Relações Exteriores do país, Hector Timerman, divulgou nesta terça-feira (17) uma carta que enviou ao seu colega nos Estados Unidos, John Kerry, pedindo que a investigação do caso Amia seja incluída nas negociações de um acordo nuclear entre Estados Unidos e Irã. Ocorrido há 21 anos, o caso Amia se tornou desde janeiro uma pedra nos sapatos Louboutin da presidente peronista populista Cristina Fernández. Em 1994, um ataque à bomba ao centro judaico Amia, em Buenos Aires, deixou 85 mortos e 300 feridos. De planejamento atribuído a terroristas iranianos, foi o maior atentado sofrido por judeus desde a segunda guerra mundial. Antes de morrer, em 18 de janeiro, Nisman havia preparado acusações formais à presidente de ter aliviado acusações contra o Irã no caso Amia com o objetivo de fechar um acordo comercial trocando grãos argentinos por petróleo iraniano. As acusações foram formalmente apresentadas por seu sucessor.
 

A morte de Nisman chocou a Argentina, a poucos meses de uma eleição presidencial em que Cristina não poderá concorrer e num ambiente econômico à beira da recessão. Dia a dia, aumenta a pressão sobre Fernández para dar um jeito de se livrar do escândalo a tempo de ajudar na campanha de um possível sucessor. A eleição ocorre em outubro. Washington, a 8.400 quilômetros de distância dos problemas políticos internos da Argentina, respondeu que as negociações nucleares se concentram no programa atômico do Irã, um assunto já bastante complexo por si. "A morte do procurador Nisman não deve impedir que a Argentina persiga os responsáveis pelo brutal ataque terrorista", diz a carta enviada pelo Departamento de Estado em resposta ao pedido de Timerman: "Não seria apropriado incluir esse assunto nas negociações nucleares". Na carta enviada a Kerry e em outra, enviada ao ministro das Relações Exteriores de Israel, Timerman declarou que a Argentina tinha "grande preocupação" com a possibilidade de outros países usarem o país como teatro para seus conflitos. Isso é uma flagrante mentira, já que o país tem uma política externa bandida, alinhada com os interesses e estratégias do Foro de São Paulo.

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