sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Quase 1.000 brasileiros estão presos por tráfico de drogas em outros países


Além do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, cuja execução por tráfico de drogas está marcada para este sábado, pelo menos outros 962 brasileiros estão presos no Exterior pelo mesmo crime. O balanço foi divulgado pelo Itamaraty, com base em dados de dezembro de 2013. O número representa 30% dos 3.209 brasileiros em prisões fora do País. Moreira foi condenado na Indonésia, e os dois pedidos de clemência apresentados foram negados. Um novo apelo foi feito nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff em conversa telefônica com o presidente indonésio, Joko Widodo, que se recusou a suspender a execução. Na Indonésia há ainda outro brasileiro no corredor da morte por tráfico de drogas, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte. Além da Indonésia, há outros países nos quais todos os brasileiros presos foram condenados por tráfico: Turquia (45 brasileiros), África do Sul (36), Austrália (seis) e China (quatro), além de Cabo Verde, Catar, Jordânia, Líbano, Moçambique, Nicarágua, Nova Zelândia, República Dominicana, Singapura e Tailândia, cada um com entre um e três brasileiros presos. A maior quantidade de brasileiros presos por causa desse tipo de crime está na Europa, com 496, ou 44%, de um total de 1.108. Eles são 150 na Espanha, 118 na Itália, 76 em Portugal, 45 na França, 45 na Turquia, 36 na Alemanha, treze na Bélgica e treze no Reino Unido. Na América do Sul são 128 brasileiros presos por envolvimento com drogas no Paraguai, 48 na Bolívia, 34 na Argentina, 23 no Peru, 17 na Venezuela, 14 na Colômbia e doze no Uruguai. Na América Central, dos 18 brasileiros presos, seis foram acusados de tráfico de drogas. Na América do Norte, são 14 presos por tráfico nos Estados Unidos e um no México, entre mais de 700 tipos diferentes de delitos. Na África, todos os 40 brasileiros presos no fim de 2013 respondiam por envolvimento com drogas. Na Ásia, a proporção é de 26%, com 110 dos 417 brasileiros presos, sendo que 101 respondiam por tráfico ou porte de drogas somente no Japão. No Oriente Médio, de 20 brasileiros presos, dez o foram por envolvimento com drogas. Na Oceania, nove dos treze detidos (69%) o foram pelo menos motivo. Os demais brasileiros presos no Exterior respondem a crimes leves ou pesados, como situação migratória irregular, falsificação de documentos, desacato, roubo, fraude, dano material, violência doméstica, porte ilegal de armas, formação de quadrilha, tráfico de pessoas, latrocínio, garimpo ilegal e até suspeita de atividade terrorista. Entre os 3.209 brasileiros em prisões estrangeiras no fim de 2013, os registros mostram que 2.459 são homens, 496 mulheres e 36 transexuais. Os 218 restantes não foram especificados. Apesar de presos, pelo menos 1.421 ainda aguardavam julgamento. O Itamaraty afirma prestar assistência psicológica e jurídica aos presos, o que não inclui pagamento de honorários dos advogados. No caso de Marco Archer, o acompanhamento psicológico ocorre desde 2012, quando sua situação piorou, após a recusa dos dois pedidos de clemência a que tinha direito.

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