quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

PF pede quebra de sigilo fiscal das empresas de Youssef


A Polícia Federal pediu à Justiça Federal a quebra do sigilo fiscal das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef formalmente situadas no município de São Paulo. O pedido foi protocolado no dia 15 de dezembro pelo delegado Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da PF para a Operação Lava-Jato. A Polícia Federal solicita que a Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de São Paulo entregue cópias de todas as notas fiscais emitidas pelas empresas do doleiro no período de 2004 a 2014. Youssef é personagem central do esquema de corrupção e propinas que se instalou na Petrobrás. Suas empresas de fachada foram usadas, segundo a Polícia Federal e a Procuradoria da República, para ocultar e movimentar valores ilícitos que teriam sido destinados, inclusive, a partidos políticos e a parlamentares. Anteriormente, a Polícia Federal já havia solicitado a quebra do sigilo bancário das empresas de Youssef. São elas: CSA Project Finance Consultoria e Intermediação de Negócios Empresariais, GFD Investimentos, MO Consultoria Comercial e Laudos Estatísticos, Empreiteira Rigidez e RCI Software e Hardware. Na representação à Justiça em que pede o acesso aos dados tributários dessas empresas, a PF alega que a medida é necessária porque a prefeitura paulistana não entregou cópias das notas fiscais emitidas. A Polícia Federal faz menção ao ofício 1.136, de 3 de dezembro de 2014, subscrito pelo diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança da Prefeitura, Pedro Ivo Gândra, que alegou impedimento em liberar os documentos, "visto que tratam de dados de contribuinte que contêm informações de cunho econômico, financeiro e comercial, obtidas pela Fazenda Pública Municipal em razão de seu ofício". Gândra sustenta que a divulgação de tais dados é vedada em face do sigilo fiscal previsto no artigo 198 da Lei 5172/66 (Código Tributário Nacional). "Ainda que de legalidade duvidosa a negativa apresentada pela Secretaria Municipal de Finanças do Município de São Paulo, ao ensejo de evitar quaisquer questionamentos futuros, represento pela quebra do sigilo fiscal das empresas", assinalou o delegado Eduardo Mauat, no ofício à Justiça Federal. A Polícia Federal aposta que o rastreamento das notas fiscais emitidas pelas empresas pode levar à identificação de outros personagens e de outros destinos de propinas.

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