quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

NESTOR CERVERÓ SERÁ ALVO DE NOVO INQUÉRITO DA POLÍCIA FEDERAL


O juiz federal Marcos Josegrei da Silva determinou que a Polícia Federal abra uma nova investigação contra o ex-diretor de Área Internacional da Petrobras, Nestor Cunat Cerveró, devido a prática de lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. O novo inquérito tem a finalidade de rastrear as movimentações financeiras dos últimos meses feitas pelo ex-diretor e que possam caracterizar a intenção de ocultar bens que foram adquiridos com recursos ilícitos. A Justiça Federal ressalta que Cerveró recebeu “quantidade colossal de dinheiro ilícito”. O mesmo juiz declarou a prisão preventiva de Cerveró, atendendo ao pedido da Procuradoria da República. O ex-diretor foi preso na madrugada desta quarta-feira (14) no aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, depois de desembarcar de um voo procedente da Inglaterra. Os procuradores da Força-tarefa da Operação Lava Jato acreditam que Cerveró mantém uma “sanha delitiva” e “parece não enxergar limites éticos e jurídicos para garantir que não sofra as consequências penais”. Nestor Cerveró já é réu em uma ação penal por recebimento de US$ 30 milhões em propinas de contratos de sondas de perfuração de águas profundas no Golfo do México e na África. Além de ser investigado pela compra da Refinaria de Pasadela, no Texas (EUA). No despacho de decreto de prisão do ex-diretor, o juiz Marcos Josegrei da Silva declara, “As ações levadas a cabo, atualmente, por Cerveró indicam, a um só tempo, disposição clara de não se sujeitar à lei penal na medida em que pretende evitar uma eventual apreensão de seu patrimônio e valores disponíveis em contas no Brasil, bem assim reiteração criminosa, uma vez que persevera na prática de ocultar e dissimular bens e direitos que lhe pertencem”. O Relatório de Inteligência Financeira, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) revelou que em 16 de dezembro, um dia antes da Justiça Federal receber a denúncia e abrir uma ação penal contra o ex-diretor, pela propina de US$ 30 milhões, Cerveró quis sacar de um fundo de previdência privada a quantia de R$ 500 mil e depois tentou fazer a transferência de titularidade para sua filha. O documento também mostra que em junho de 2014, Cerveró “se desfez, em favor de seus parentes, de quatro imóveis no Rio de Janeiro”. O juiz entende que esses dados mostram que Cerveró vem tentando blindar seu patrimônio, “transferindo-o a pessoas de sua confiança”. O advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, fez fortes declarações sobre o pedido de prisão preventiva de seu cliente, “Se é verdade que houve essas transferências, e não posso afirmar que seja, essas movimentações são totalmente legítimas e legais. Na época em que ele as fez, não havia nenhuma restrição administrativa ou legal. Tanto que ele e a Graça Foster fizeram”, e completou, “Se é crime para Nestor, é para Graça. Se o Ministério Público Federal pediu prisão para o Nestor por esse fato, deveria pedir para a Graça. Se não o fez, então está prevaricando”.

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