sábado, 10 de janeiro de 2015

Montadoras demitem 12.400 trabalhadores em 2014


O setor automotivo demitiu 12.400 trabalhadores no Brasil em 2014, o maior volume de desligamentos desde 1998, quando a economia mundial sofreu os impactos da crise da Rússia, que fez com que a indústria automobilística cortasse 22.000 vagas no País. A projeção é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Apenas em dezembro houve a redução de 1,6 mil vagas. De acordo com a Anfavea, o efetivo caiu de 158.733 pessoas em dezembro de 2013 para 144.623 trabalhadores no fim do ano passado, voltando aos níveis de emprego de 2011. Este ano, os primeiros sinais dados pelo setor não são nada favoráveis: janeiro começou com 800 demissões na Volkswagen e 260 na Mercedes-Benz, ambas em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Mesmo assim, o presidente da instituição, Luiz Moan Júnior, manifestou otimismo na apresentação das projeções da entidade para este ano na quinta-feira. O executivo disse que os desligamentos foram “casos pontuais” e descartou “demissões iminentes”. “O que está acontecendo é um processo de negociação individual. Por parte das demais associadas, não tenho nenhuma informação de que tenha um processo iminente de demissão”, afirmou Moan. Ainda de acordo com a Anfavea, a produção de veículos caiu 15,3% em 2014, para 3,146 milhões de veículos, o menor patamar desde 2009. Já as vendas recuaram 7,15% no ano passado, para 3,498 milhões de unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em porcentual, foi a maior queda anual registrada pela indústria automobilística em doze anos. Em relação à produção, a estimativa da Anfavea para este ano é de um expansão de 4,1%, para 3,276 milhões de veículos. Esta projeção de recuperação parcial, no entanto, embute uma projeção de que as vendas de veículos continuem em 3,498 milhões de unidades, mesmo montante registrado em 2014. Para as exportações, a entidade prevê um aumento de 1% neste ano, depois de uma queda de 41% no ano passado. Também há a expectativa de que a participação de carros importados nas vendas internas caiu de 17,6% para 16%. Alarico Assumpção Jr, presidente da Fenabrave, reforça que não deve haver demissões em massa na ponta de vendas, nas concessionárias. Isso porque desde o ano passado o setor já vem se ajustando à queda da demanda, fazendo cortes necessários. “Para 2015 já estamos esperando um ano difícil, de crescimento quase nulo, volta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ou seja, é um cenário traçado, só faremos correções e nos ajustaremos ao longo do dia a dia”, disse. Ele estima que o preço médio do automóvel deva subir entre 3,5% e 5% com a volta da alíquota cheia do IPI. Mas, janeiro ainda deve ser um mês de preços baixos nas concessionárias devido ao volume de estoques elevados vindo do ano passado, ainda com impostos menores.

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