sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Ministros de Dilma vão à luta para chantagear deputados em favor de Chinaglia… Que conspiração de éticos!

É impressionante! Dilma produziu um resultado fiscal desastroso, a Petrobras está na pindaíba, a energia elétrica está à beira do colapso, o País caminha para uma recessão… Mas quê! Tudo isso é bobagem! Os métodos não mudam. Os companheiros, definitivamente, não aprendem nada nem esquecem nada, para lembrar frase famosa. O comando da campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do PT à Presidência da Câmara, resolveu fazer um mapa com os nomes dos deputados da base aliada e os cargos de que eles dispõem na máquina federal. Vale dizer: é chantagem mesmo! A mensagem é esta: ou votam no candidato oficial ou perdem a boquinha. Chinaglia, como sabem, disputa o cargo com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Júlio Delegado (PSB-MG). Petistas que ainda tentam posar de moralistas dizem reprovar os métodos de Cunha. Foi uma tentativa de piada. Qualquer pessoa razoável diria que ao mobilizar a máquina em favor de um candidato, Dilma entra num jogo de perde-perde. Ou, parafraseando Marina Silva, “perde ganhando e perde perdendo”. Se Eduardo Cunha for derrotado, sobra um caldo de ressentimento; se vence, terá sido contra a máquina oficial. Por que isso tudo? É pânico do que vem pela frente. Aonde vai dar a Operação Lava Jato? Ninguém sabe. O presidente da Câmara tem um papel importante na eventual recepção de uma denúncia de crime de responsabilidade, com base na Lei 1.079, a do impeachment. O Planalto quer alguém de absoluta confiança naquela cadeira. É claro que o governo tem o direito de ter as suas preferências. A questão é o método. Os ministros Miguel Rossetto (Secretária-Geral), Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Ricardo Berzoini foram a campo, encarregados de lembrar a deputados da base aliada tendentes a votar em Eduardo Cunha os cargos de que dispõem na máquina. Isso, por si, já é uma imoralidade. A situação seria cômica se não fosse trágica para o País. A deputada Gorete Pereira, do PR do Ceará, aparece na planilha como eleitora de Eduardo Cunha. A frente do seu nome, vem a inscrição: “Dep. Gorete recém indicou Dnit”. Sim, ela admite ter indicado um aliado seu para um cargo no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, famoso por ter sido, no passado ao menos, um antro de corrupção. Como andará hoje? A parlamentar diz ter sido procurada por todos os candidatos e diz com candura: “Se quiserem usar o cargo para me pressionar, vão quebrar a cara. Esse cargo do Dnit é meu desde o governo passado, quando o César Borges era o ministro”. Então tá. Aprendemos que a deputada é a dona de um cargo no Dnit, assim como outros são “donos” de fatias de ministérios, autarquias, estatais… A Petrobras só chegou à beira da insolvência porque partidos e políticos tinham lá os “seus” cargos. No dia 10 de fevereiro, o PT completa 35 anos. Uma das divisas de sua fundação era “mais ética na política”. O resultado é este que vemos. Por Reinaldo Azevedo

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