terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Governo Obama reconhece erro e admite que deveria ter mandado uma autoridade mais importante para manifestação em Paris


A Casa Branca admitiu nesta segunda-feira que alguém com um posto mais alto na hierarquia dos Estados Unidos deveria ter participado da marcha que reuniu 1,5 milhão de pessoas contra o terrorismo em Paris. “Eu acho que é justo dizer que deveríamos ter mandado alguém com um perfil mais alto” ao evento, disse o porta-voz Josh Earnest. Os Estados Unidos foram representados na marcha pela embaixadora para a França, Jane Hartley. O secretário de Justiça, Eric Holder, e o vice-secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, foram a Paris durante o fim de semana para discutir questões de segurança, mas não participaram da caminhada. Mais de 40 líderes mundiais, incluindo o presidente socialista francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico David Cameron, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e o premiê israelense Benjamin Netanyahu estavam entre os que participaram do evento no domingo. A ausência do presidente muçulmano Barack Obama foi alvo de críticas, principalmente dos republicanos. “A ausência é símbolo da falta de liderança americana no cenário mundial, e isso é perigoso. O ataque em Paris, assim como ataques anteriores contra Israel e outros aliados, é um ataque aos valores que compartilhamos”, disse o senador Ted Cruz. O senador Marco Rubio considerou um erro não mandar um representante mais graduado para a marcha. “Eu entendo que quando o presidente viaja, ele leva com ele um pacote considerável de segurança e comunicações. E eu entendo que quando você leva algo assim para o meio de uma situação como essa, pode ser algo prejudicial”, disse ele: “Mas há muitas pessoas que poderiam ter sido enviadas. Em retrospectiva, eu acho que eles poderiam ter feito as coisas de outra forma”. As críticas não vieram apenas dos republicanos. Em artigo publicado na página do Wall Street Journal, Aaron David Miller, vice-presidente do centro de pesquisas Woodrow Wilson, defendeu que, “a menos que houvesse ameaças específicas de segurança das quais não estamos cientes, a administração Obama deveria ter enviado uma figura de mais status: se não o presidente, então o vice Joe Biden, o secretário de Estado John Kerry, ou a primeira-dama Michelle Obama”. “Muitos podem estar desapontados por achar que os Estados Unidos não estão fazendo o suficiente para conter o terrorismo. Mas se há um líder na coalizão internacional contra o Estado Islâmico são os Estados Unidos. E nós não estávamos lá (...) Esse momento perdido teria sido uma oportunidade para uma administração que já é acusada de abdicar de seu papel de liderança em um momento em que a liderança é extremamente necessária”. John Kerry, que está na Índia e vai a Paris nesta terça-feira expressar solidariedade ao povo francês, havia tentado justificar a ausência de Obama dizendo que as relações com a França “não se resumem a um dia ou um momento particular". A Casa Branca também tentou melhorar a imagem do presidente muçulmano Obama ressaltando as demonstrações públicas de solidariedade do democrata na última semana. Obama telefonou para Hollande, disse em discurso no Tennessee que os Estados Unidos estão com a França e visitou a embaixada do país em Washington, onde assinou um livro de condolências. 

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