quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Fundo de pensão da Caixa Econômica Federal fechará 3º ano seguido no vermelho


O fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) fechará com déficit pelo terceiro ano consecutivo. Até novembro as contas estavam negativas entre 1,5 bilhão de reais e 2 bilhões de reais, o que deve levar a um rombo acumulado de 5 bilhões de reais. Desta vez, aposentados e pensionistas da Caixa Econômica Federal poderão sentir no bolso as perdas do fundo. As regras da previdência determinam que o fundo precisa recompor suas perdas depois de consolidar três anos consecutivos de déficit equivalente a 10% de seu patrimônio. O rombo precisa ser tapado metade com dinheiro de aposentados e contribuintes e metade com aportes do próprio banco, que é o patrocinador da fundação. O saldo negativo fará com que a conta tenha de ser repassada este ano. A Funcef não publicou comentários sobre a possibilidade de ter de apresentar um plano de recomposição, mas confirmou, em nota, que ano passado fechará com novo déficit. A contabilização final depende ainda dos números de dezembro. Em 2013, quando seu último balanço foi publicado, a fundação tinha cerca de 55 bilhões de reais sob sua administração. O desempenho ruim no ano passado foi bastante influenciado pela queda dos preços das ações na bolsa de valores. Além disso, o fundo contabilizou novas perdas devido ao mau desempenho da renda fixa pela alta dos juros e das empresas em que é sócio. É o exemplo da mineradora Vale, um de seus principais ativos, que perdeu valor durante ano por causa das dificuldades provocadas pela queda dos preços do minério de ferro no mundo. Algumas fontes ainda afirmaram que os investimentos do setor imobiliário, que tinham registrado ganhos substanciais em 2013, com mais de 20% de retorno, tiveram perdas no ano passado por causa do desempenho fraco da economia. As investigações na Petrobras também estão preocupando os administradores da Funcef. Além da Vale, duas das maiores participações do fundo estão na Invepar, que também tem como sócia a OAS, e na Sete Brasil, uma espécie de intermediária na construção de plataformas para a Petrobras, que pertence ao dono do banco BTG. Enquanto a OAS passa por dificuldades financeiras devido às investigações da Operação Lava Jato, a Sete Brasil, por ter contratos com a Petrobras, também será investigada. A fundação também tem aplicações em outros ramos de infraestrutura como a usina hidrelétrica de Belo Monte. Se o déficit de 2014 levar a um plano de recomposição extraordinária, a Caixa Econômica Federal terá de desembolsar cerca de 2,5 bilhões de reais. Normalmente a recomposição é paga por períodos longos de até 12 anos, mas a Caixa Econômica Federal teria de fazer imediatamente a provisão destes pagamentos, o que atingiria diretamente seu balanço. Isso poderia piorar seus números e atrapalhar o desempenho de uma possível abertura de capital, segundo algumas fontes próximas ao banco. 

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