sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Comissão da Petrobras culpa ex-diretores do regime petralha por "falhas" no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro

A Petrobras enviou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), nesta sexta-feira (9), nota informando que a comissão responsável por apurar as irregularidades na construção da refinaria Comperj apontou responsabilidades dos ex-diretores da empresa, Paulo Roberto Costa e o petista Renato Duque, no caso. O comunicado foi emitido atendendo a pedido da CVM de esclarecimentos em relação à reportagem "Auditoria aponta prejuízo de R$ 1 bilhão à Petrobras", publicada pela Folha nesta segunda-feira (5). A reportagem informa que o prejuízo de R$ 1 bilhão foi causado pela compra de equipamentos precipitadamente, antes de a empresa ter aprofundado os estudos econômicos sobre a refinaria. Alguns desses equipamentos não deverão mais ser usados. Segundo a reportagem, os dois ex-gestores estão na lista dos responsabilizados pelas falhas nas contratações de empreiteiras feitas para a construção do empreendimento. De acordo com o texto, funcionários informaram aos apuradores terem sofrido pressão dos então diretores para acelerar as compras do equipamento. A Petrobras reafirma na nota, ainda, ter enviado o relatório da auditoria para a Polícia Federal do Paraná, o Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e a Comissão de Valores Mobiliários, depois de concluída a apuração, o que aconteceu em novembro de 2014. 


Paulo Roberto Costa foi diretor de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012. Sob tal diretoria está a gestão das refinarias. Ele foi preso em março na Operação Lava Jato e é réu em ações penais que investigam lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas. Como aceitou fazer delação premiada, passou a cumprir, em outubro, prisão domiciliar enquanto aguarda julgamento. O petista Renato Duque dirigiu a área de serviços, responsável por contratar fornecedores, entre 2003 e 2012. Ele foi preso em novembro na sétima etapa da Operação Lava Jato, e está em liberdade graças a um Habeas Corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Procurados pela reportagem, ambos haviam afirmado que as contratações apontadas como irregulares em auditoria sobre o Comperj foram aprovadas em escalões superiores da estatal. Por meio de nota, Duque informara que os contratos do Comperj foram aprovados de forma colegiada pela diretoria executiva da Petrobras, após pareceres favoráveis do departamento jurídico da companhia. O advogado de Costa, João Mestieri, havia afirmado que o relatório mostra que "a auditoria foi feita de um modo que ignora o processo de aprovação de contratos na Petrobras". 

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