sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Cinco ministros formam novo núcleo duro da petista Dilma


A escolha de dois amigos gaúchos e camaradas revolucionários comunistas – Miguel Rossetto na Secretaria Geral da Presidência e Pepe Vargas nas Relações Institucionais (ambos são membros da seita clandestina revolucionária comunista DS, a Democracia Socialista, grupelho trotskista que habita o PT) – para ocupar gabinetes no Palácio do Planalto e do também camarada Jaques Wagner para a Defesa vai acirrar a disputa sobre qual setor da Esplanada terá mais influência nas decisões da presidente Dilma Rousseff durante seu segundo mandato. Até agora, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reinava sozinho como conselheiro direto de Dilma. Os antigos titulares da articulação política e da Secretaria Geral, Ricardo Berzoini (agora nas Comunicações) e Gilberto Carvalho (fora do governo) eram considerados mais ligados ao ex-presidente e alcaguete Lula X9 (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações") do que a Dilma. Mercadante participou de todas as conversas com a presidente para a escolha dos novos ministros, fossem do PT, fossem de partidos aliados. Ele foi também peça-chave na administração da crise durante as manifestações de rua de junho de 2013, quando a popularidade de Dilma despencou. Atuou ainda ativamente na campanha à reeleição da presidente, dividindo a posição com Miguel Rossetto. Além de influenciar na governança durante os próximos quatro anos, ter a preferência presidencial pode ser determinante na escolha do próximo candidato petista à Presidência em 2018, caso o ex-presidente e alcaguete Lula X9 não entre na disputa, a despeito do ostensivo movimento pró-Lula consolidado no PT durante a campanha de 2014. Mercadante, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 1994, sonha em ser o escolhido do PT e da presidente para a disputa em uma eventual recusa do ex-presidente. O mesmo desejo tem Jaques Wagner, ex-governador da Bahia cacifado por manter o partido no comando do Estado e novo queridinho de Dilma. Segundo interlocutores de Wagner, ao convidá-lo para o Ministério da Defesa, a presidente Dilma afirmou que vai precisar dos conselhos dele no dia a dia da política. Wagner decidiu lutar pela casa que o Patrimônio da União cedeu ao então ministro José Dirceu (Casa Civil) no primeiro governo de Lula, até surgir o escândalo do Mensalão, que o derrubou. A casa, que fica na Península dos Ministros, no Lago Sul, costuma ser reservada a um auxiliar que frequenta o gabinete presidencial. Mercadante mora no outro extremo, no Lago Norte. O ex-governador se aproximou muito da presidente quando ambos foram ministros de Lula. Na campanha à reeleição, Wagner garantiu a Dilma a vitória no quarto maior colégio eleitoral do Brasil. Ela fez elogios públicos ao ex-governador e o apelidou de “Data-Wagner”, para evidenciar que confiava nas previsões eleitorais do petista. A presença marcante do ex-governador baiano nesta gestão também funcionará como uma ponte da presidente com o Nordeste. Outro ministro que não despacha no Palácio do Planalto desponta como conselheiro da presidente: o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo, que continuará à frente da Justiça. Dilma tem a intenção de indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal. Junto com os outros quatro ministros, Cardozo deverá participar do chamado "núcleo duro" do governo, que funcionará como uma espécie de comitê informal de aconselhamento presidencial, prometido para o segundo mandato por Dilma em nome do "diálogo" e como gesto de descentralização.

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