sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Bradesco processa filha de delator por cheque de R$ 500 milhões

Uma das filhas do ex-diretor da Petrobras, o delator Paulo Roberto Costa, Arianna Azevedo Costa Bachmann, está sendo processada pelo Bradesco por ter, segundo o banco, se recusado a devolver um cheque de R$ 500 milhões. Ela nega. O documento, ainda de acordo com o banco, foi emitido com o valor errado "por um lapso" de um empregado. No dia 30 de dezembro de 2014, Arianna foi à agência do Bradesco em que tem conta, no Rio de Janeiro, e requisitou dois cheques administrativos, de R$ 150 mil e R$ 500 mil. Ré em ação ligada à Operação Lava Jato, a filha de Paulo Roberto teve bens bloqueados, mas não foi impedida de realizar operações financeiras. Nesta segunda-feira (26), os advogados do Bradesco entraram com ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro alegando que "por um lapso do funcionário da agência encarregado de emitir os cheques administrativos (...) ocorreu um erro de preenchimento". Os defensores do banco afirmam também que Arianna se recusou a devolver o cheque e, por isso, viram-se na obrigação de entrar com o processo. A instituição requisitou que o caso corresse em segredo de Justiça, pedido negado pelo juiz titular da 3ª vara cível, Luiz Felipe Negrão. Segundo o pedido que originou o processo, o cheque de R$ 500 milhões era válido e poderia ter sido descontado, "sendo certo que eventual terceiro de boa-fé pode acabar se envolvendo em negócios jurídicos com a ré (Arianna) imaginando ser esta detentora da cifra". Esse tipo de cheque vale tanto no Brasil como em bancos do Exterior.


Além da anulação do cheque, o Bradesco pede no processo que Arianna devolva o documento em juízo e, caso se recuse, seja expedido mandado de busca e apreensão. O banco diz ainda que emitirá um novo cheque, entregue em juízo – desta vez, com o valor requisitado, R$ 500 mil. O juiz Negrão se manifestou na terça-feira (27), acolhendo os argumentos dos advogados do Bradesco e considerando "verossímil a alegação (...) de que houve erro material na emissão do cheque". O magistrado também determinou, no processo, que mandados de citação, intimação e busca e apreensão fossem expedidos com urgência para que Arianna devolvesse o cheque – o que ela fez nesta quinta-feira (29). O advogado de Arianna Azevedo Costa Bachmann, João Mestieri, afirmou que ela percebeu o erro no cheque, avisou o Bradesco sobre a falha e ficou esperando que o banco providenciasse um caminho para que o cheque no valor de R$ 500 milhões fosse devolvido regularmente. Porém, ela acabou surpreendida pela ação judicial do Bradesco e em seguida entregou o documento à Justiça, segundo Mestieri. "Minha cliente foi vítima da incompetência do banco", afirmou.

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