terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Assembléia Legislativa dá mostra de sua desimportância ao distinguir presidente do Grupo RBS com medalha do Mérito Farroupilha

A Medalha do Mérito Farroupilha, honraria máxima do Parlamento gaúcho, será concedida nesta terça-feira, ao presidente do Grupo RBS, Eduardo Melzer. A homenagem foi proposta pelo deputado estadual Mano Changes (PP). O Mérito Farroupilha é conferido a cidadãos brasileiros/estrangeiros que sejam considerados pelos parlamentares merecedores do reconhecimento. Eduardo será homenageado pelos “investimentos” que o Grupo RBS tem feito no uso da tecnologia como instrumento de transformação e desenvolvimento social. Obviamente, a concessão dessa honraria demonstra a condição atual de desimportância da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, da alienação de seus membros e da sua incompetência para analisar a situação atual do Estado. A honraria é concedida quando o presidente da Casa é processado por formação de quadrilha, e o autor da homenagem é um deputado roqueiro que nem conseguiu se reeleger e cujas músicas fazem elegia da maconha. A RBS, maior grupo de mídia do sul do País, conta com oito jornais, oito emissoras de rádio e 18 de televisão espalhados pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina, está em franca decadência e parece seguir a trajetória de declínio palmilhada pela antiga Caldas Jr. Em agosto de 2014, o presidente executivo da RBS, Eduardo Melzer, anunciou em videoconferência aos empregados que o grupo demitiria 130 profissionais. Entre janeiro e novembro de 2014, foram consumadas 233 demissões de jornalistas em Porto Alegre — 91 delas executadas apenas no âmbito da RBS (quatro em cada 10 profissionais demitidos no Estado em 2014). Quase no estertor do antigo grupo Caldas Junior, seu proprietário e todo-poderoso, antes conhecido como "Vice Imperador" do Rio Grande do Sul, viu-se obrigado a ajoelhar ao lado do governador em plena catedral de Porto Alegre, para pedir os favores do Estado pela sobrevivência de seus veículos de comunicação. Foi a suprema humilhação, maior ainda diante da negativa de ajuda, que o levou a chamar o governador de "anão moral". Tratava-se do governador Amaral de Souza. O que pedia o velho Breno Caldas? Implorava por papel da Corag (Companhia de Artes Gráficas do Estado do Rio Grande do Sul). Até os postes de energia elétrica do Chuí, ou de Frederico Westphalen, sabem que Eduardo Melzer, o Duda, é pouco mais do que um "interventor" dos verdadeiros controladores atuais do grupo RBS, o Fundo Gávea, de Armínio Fraga, e o banco BTG, de André Esteves. A comprovação disso estava no expediente do Grupo RBS, publicado em Zero Hora, onde apareciam no Conselho de Administração os nomes do próprio Armínio Fraga e de sua representante, Betânia Tanure. Tão logo Videversus mostrou que Armínio Fraga estava no comando, ele pediu a retirada de seu nome do expediente, mas lá permaneceu o de Betânia Tanure. Agora, portanto, quando o roqueiro Mano Changes homenageia Duda Melzer, não só está mostrando o seu afastamento da realidade, a sua alienação, como também leva à demonstração cabal da desimportância da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Afinal de contas, a RBS já se ajoelhou diante da catedral do BTG.

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