segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Real Madrid tira “cruz” de seu escudo para não ferir patrocinadores muçulmanos

De olho no mercado árabe, um dos times mais tradicionais do mundo, o Real Madrid, modifica seu escudo e retira do símbolo uma cruz que ornamentava a coroa sobre suas letras. Se no Ocidente o símbolo do cristianismo era quase invisível diante de seu tamanho reduzido, no mundo árabe ele chega a causar polêmica. A primeira modificação vai ser adotada nos cartões de crédito que serão emitidos pelo Banco Nacional de Abu Dhabi (NBAD), que passa a ser um dos patrocinadores do clube de Madri e que emitirá cartões com o símbolo do time, obviamente sem a cruz. Originalmente, o símbolo do cristianismo apareceu na camisa do Real Madrid sem qualquer ligação direta com a Igreja. Em 1920, o rei Alfonso XII foi quem deu ao clube seu título de “real”, o que implicou adotar um escudo com a coroa espanhola. A cruz fazia parte da coroa, e não do escudo. Quando a segunda república espanhola foi instaurada, em 1931, a coroa foi retirada do símbolo, e com ela a cruz. Mas dez anos depois, o escudo voltaria a ter a imagem da monarquia. Outro clubes, como o Real Betis, Real Sociedad e Real Valladolid carregam exatamente a mesma coroa, com a mesma cruz.


Mas não é por acaso que o presidente do clube, Florentino Pérez, faz o gesto. O Real Madrid assinou justamente com a empresa de petróleos de Abu Dhabi, a IPIC, um acordo de patrocínio por 20 anos que vai render ao time 400 milhões de euros. Ninguém no clube admite. Mas o valor é exatamente a quantidade que o time necessita para realizar a reforma do Santiago Bernabéu. Quanto ao banco árabe, o cartão de crédito é apenas o início de uma parceria que poderá envolver até mesmo a construção de um resort temático dedicado ao Real Madrid. Mas se a cruz pode ser retirada, dificilmente o nome de seu principal astro – Cristiano (o seguidor de Cristo) Ronaldo – terá como passar por uma mudança. 


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