quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Petrobras cai 15% em sete pregões seguidos e perde R$ 28 bilhões em valor de mercado


As ações da Petrobras encerraram no vermelho nesta terça-feira, acumulando 15% de queda em sete pregões consecutivos e perdas de R$ 28 bilhões em valor de mercado. Com a companhia envolvida em um escândalo de corrupção sem precedentes em sua história e vítima de um cenário negro para o preço do petróleo, seu papel preferencial (PN) atingiu hoje sua menor cotação desde maio de 2005, valendo R$ 12,13. A queda da petrolífera, dos bancos e da Vale fizeram com que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também fechasse no negativo, na contramão dos mercados internacionais que subiram com rumores sobre novos estímulos econômicos na China e bons dados da economia americana. Pressionado pelas incertezas sobre a condução da política econômica e fiscal daqui para frente, o índice de referência Ibovespa fechou em queda de 1,27%, aos 51.612 pontos. Na Europa, as principais Bolsas apresentaram alta — com exceção do pregão em Frankfurt, que recuou 0,30% —, acompanhando a alta das ações na China, que foi a maior em 15 meses. O otimismo se deveu a especulações de que o Banco do Povo, o banco central daquele país, planejaria ampliar os estímulos à economia por meio da redução dos depósitos compulsórios pelos bancos. Assim, mais dinheiro circularia na economia. O índice FTSE 100, principal indicador da Bolsa de Londres, subiu 1,29%. Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 avançou 0,25%. Nos Estados Unidos, o bom desempenho de ações de biotecnologia e resultados positivos sobre investimentos em construção civil contribuem para a alta. O índice Dow Jones avança 0,52%; o S&P 500, 0,57%; o Nasdaq tem alta de 0,54%. Em meio a um escândalo político e à crise do petróleo, a Petrobras teve um pregão muito instável, alternando entre os campos positivo e negativo. Por volta das 16 horas, as ações perderam força e encerraram no vermelho. Os papéis ordinários caíram 0,96%, enquanto os preferenciais perderam 0,96%. Na avaliação Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho, a queda não teve relação com a acareação entre os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró na CPI Mista do Congresso. "Nada de novo foi revelado. O que mais pesou para puxar o mercado foi a desconfiança quanto ao que será decidido para o futuro da política econômica e o consenso de que o Banco Central vai apertar os juros nesta quarta-feira, o que acaba tirando atratividade da Bolsa e migrando-a para a renda fixa", acrescentou. Os bancos também exerceram forte influência negativa. O Banco do Brasil recuou 3,07%, enquanto o Bradesco teve recuo de 1,76% (PN) e o Itaú Unibanco caiu 1,51%. "Está pesando uma informação publicada no jornal Valor Econômico sobre investigação que o Banco Central está fazendo sobre a oferta de bônus de celular aos correntistas", afirmou Raphael Figueredo, analista da corretora Clear. Segundo Maurício Pedrosa, estrategista da Queluz Asset Management, também acredita que está alimentando a instabilidade do Ibovespa a incerteza sobre o futuro da condução econômica do governo: "A equipe econômica anunciada foi uma boa notícia, mas agora os investidores estão avaliando a realidade. Nada de concreto foi anunciado, e o que sobra são rumores sobre aumento de tributação. Preocupa bastante, por exemplo, o rumor de que caminha para ser aprovado projeto de lei para tributar dividendos pagos a acionistas, o que seria muito mal visto pelo mercado". 

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