quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Petista Luciano Coutinho agora diz que BNDES vai elevar os juros a partir de 2015


Para se adaptar à realidade de menos aportes do Tesouro diante da nova política fiscal, o BNDES elevará suas taxas de juros. Segundo o presidente do banco, o petista Luciano Coutinho, o quanto e quando as taxas subirão ainda será definido em reuniões com autoridades em Brasília. "Haverá impacto no custo final dos empréstimos", disse Luciano Coutinho, nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro. "O aumento de juros será compatível com a taxa de retorno dos projetos. O objetivo não é inviabilizar investimentos, é atender à orientação da política econômica. Haverá aumento de maneira compatível com a taxa de retorno dos projetos", completou o petista presidente do BNDES. Ainda não há data para o anúncio das novas taxas. O aumento dos juros preservará alguns setores, em especial as áreas de infraestrutura e projetos voltados para a competitividade da indústria. Os ajustes no BNDES serão feitos com ajustes na política operacional, que já passou por mudanças no início deste ano, afirmou Luciano Coutinho. Não há, assim, expectativa de mudança drástica. "A política operacional terá uma rodada de ajustes bastante incisivos", afirmou. Segundo ele, a atual política operacional já faz com que o banco use "porcentuais mais baixos de TJLP no funding (financiamento)" e uso de "porcentuais mais altos de funding (financiamento) de mercado".  A TJLP é a taxa de juros subsidiada por recursos do Tesouro e é usada pelo banco de desenvolvimento para financiar empresas. Uma das maiores críticas ao uso indiscriminado da TJLP é o fato de ela inibir a competição dos bancos privados ao financiamento de projetos, tendo em vista que as taxas praticadas pelo BNDES se tornam, graças aos subsídios, imbatíveis. Segundo Luciano Coutinho, o banco segue a determinação de diminuir a necessidade de aportes. "O banco está preparado para esse processo. Assim como o BNDES respondeu contraciclicamente (aumentando o crédito), está preparado para retração", afirmou o petista Luciano Coutinho. O governo liberou mais 30 bilhões de reais dos cofres do Tesouro ao BNDES nesta quarta-feira. O novo aporte vai impactar a dívida pública no momento em que a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff (PT) já sinalizou mais rigor fiscal. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que esse montante servirá para dar suporte à demanda por empréstimos, como bens de capital, do banco de fomento. 

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