quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ex-advogado do PT, Toffolli diz que oposição não fará terceiro turno

Ex-advogado do PT, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Dias Toffoli, como se não tivesse trocado de papel, afirmou nesta quinta-feira (18) que não haverá terceiro turno no País. A declaração endereçada à oposição foi feita na cerimônia de diplomação da presidente Dilma Rousseff. Obviamente que não cabia esse comentário do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo ele, as eleições são uma página virada e esta é posição dos membros da Corte e do próprio corregedor Eleitoral, ministro João Otávio Noronha. "Eleições concluídas são, para o poder Judiciário Eleitoral, uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que os especuladores se calem. Não há espaço. Já conversei com a corte e é esta a posição inclusive de nosso corregedor geral eleitoral. Não há espaço para terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54.501.118 eleitores", disse o ex-advogado do PT. 
 

Nesta quinta-feira o PSDB ingressou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral questionando a candidatura da petista Dilma Rousseff por uso da máquina pública e abuso de poder político e econômico. O processo está sob a relatoria de João Otávio Noronha. Toffoli foi indicado pelo PT em 2009 para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Na época, ele foi duramente criticado pela oposição justamente pela sua ligação com o partido. A oposição criticou a fala de Toffoli. "Ele já encontrou uma forma de pagar o débito que tem com o PT por ter ido para o Supremo. Isso não é fala de juiz, juiz toma decisão na corte. Mas espero que com isso ele passe a considerar quitada sua dívida com o partido, para agir de forma condizente com o dever de um magistrado", afirmou o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. Durante o seu discurso, Dilma abordou a disputa eleitoral e disse que saber vencer é mais difícil do que saber perder. "As eleições têm sido prova permanente de que nossa democracia é solida e nossas instituições funcionam cada vez melhor. É da natureza da disputa eleitoral resultar em vitória e derrota. Mas como eleição democrática não é uma guerra, ela não produz vencidos", disse. "Cabe a quem foi escolhido para governar, governar bem. Cabe a quem foi escolhido para ser oposição, atuar da melhor forma possível seu papel. Mais importante e mais difícil do que saber perder, é saber vencer", completou. Durante o seu discurso, Dilma mudou o tom em relação às denúncias de irregularidades na Petrobras. Para a presidente, que vinha defendendo a apuração das denúncias mas sem entrar no mérito sobre elas, "alguns funcionários da Petrobras foram atingidos no processo de combate à corrupção". "Estamos enfrentando essa situação com destemor e vamos converter a renovação da Petrobras em energia renovadora para o nosso País", disse.


Para Dilma, será preciso "saber apurar e saber punir" as pessoas envolvidas, preservando a estatal. "Temos que apurar com rigor tudo de errado que foi feito. Temos que criar, principalmente, mecanismos que evitem fatos como esses que possam novamente se repetir. Temos que saber apurar e saber punir, sem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro", afirmou, como se não fosse ela própria a principal envolvida, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras em um dos maiores golpes, o da malfadada compra da refinaria de Pasadena. Dilma dedicou parte de seu discurso a defender o combate à corrupção como mudança cultural que precisa ser adotada por todos os brasileiros. Nem uma palavra, é óbvio, sobre a cultura da roubalheira do partido bandido ao qual ela pertence, o PT. Ela defendeu ainda um grande pacto nacional para se chegar a resultados concretos. "Chegou a hora do Brasil dar um basta a este crime que ainda insiste em corroer nossas entranhas. Não vão ser o emocionalismo nem tampouco a caça às bruxas que irão fazer isso. Muito menos, a complacência, a ingenuidade ou o conformismo. Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional contra a corrupção, envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas de poder. Esse pacto vai desaguar na grande reforma política que o Brasil precisa promover a partir do ano que vem". Dilma afirmou ainda que quer ser a presidente capaz de liderar uma mudança cultural da sociedade em relação à corrupção: "É preciso ter com clareza que não é um conjunto de novas leis que vai resolver esse problema. A mudança de cultura tem que nascer dentro de cada lar, de cada escola, de cada alma de cada cidadão. Temos que criar uma nova consciência de moralidade pública. Quero ser a presidente que ajudou a tornar esse processo irreversível", disse.

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