quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Distribuidoras de energia correm risco de ficar inadimplentes


As distribuidoras de energia correm o risco de ficar inadimplentes se o governo federal não fornecer um novo empréstimo até o final deste ano para cobrir um rombo de 3 milhões de reais, de acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). O valor corresponde às despesas de novembro e de dezembro que vencerão no início de janeiro e no início de fevereiro, respectivamente. O aporte de 17,8 bilhões de reais levantado por meio de bancos públicos e privados praticamente chegou ao fim na semana passada, com o pagamento das contas de outubro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que até outubro as distribuidoras consumiram 17,494 bilhões de reais. O governo lançou mão do empréstimo devido à falta de caixa do Tesouro Nacional, já que no início do ano o órgão chegou a desembolsar 1,2 bilhão de reais para cobrir as despesas de janeiro do setor. Mas com a aprovação da manobra fiscal que desobriga o governo de cumprir a meta do superávit primário de 2014, uma nova injeção de recursos do Tesouro deve ser considerada. Um novo empréstimo bancário está fora de questão, uma vez que as instituições financeiras poderiam cobrar elevadas taxas ou poderiam considerar o negócio arriscado e pouco atrativo em meio à crise do setor elétrico. As distribuidoras estão à beira da inadimplência pelo aumento do preço da energia devido à escassez de chuva e ao descompasso entre oferta e demanda, o que as obrigou a recorrer ao mercado de curto prazo para atender os consumidores. De acordo com as empresas do setor, as receitas com tarifas não serão suficientes para cobrir as dívidas. “Como estamos falando de despesas adicionais superiores a 1 bilhão de dólares a inadimplência setorial será inevitável. O fato é que a cobertura tarifária atual é insuficiente para arcar com esta despesa”, disse o diretor da Abradee, Marco Antônio Delgado.  Os empréstimos bancários serão repassados aos consumidores entre 2015 e 2017. O repasse dos aportes do Tesouro às contas de luz ainda dependem da decisão do governo.

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