quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

“Aula de crime”: Ministério Público Federal denuncia 35 na Operação Lava Jato

O Ministério Público Federal apresentou nesta quinta-feira denúncia contra 35 investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Dessa lista, 22 são executivos ligados a seis grandes empreiteiras do País – Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Engevix, OAS, UTC e Mendes Junior –, que integravam o chamado “Clube do Bilhão”, o cartel formado para partilhar contratos públicos. Também foram acusados o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, pivô do maior esquema de desvios e lavagem de dinheiro já descoberto no Brasil. Os dois assinaram acordos de delação premiada e prestaram uma série de depoimentos às autoridades em troca de possível redução da pena pelos crimes praticados. Conforme as palavras do procurador Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa do Ministério Público no Paraná, afirmou que as denúncias anunciadas hoje “são apenas o primeiro pacote”: abarcam somente o desvio de 286 milhões de reais da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, no período de 2004 a 2012. São 154 acusações de crimes de corrupção e 105 de lavagem de dinheiro. Os procuradores exigem nas ações penais a devolução de quase 1 bilhão de reais – 971,5 milhões de reais. “Asseguro que novas acusações serão feitas, inclusive sobre crimes de improbidade administrativa”, disse Dallagnol. Os próximos “pacotes” de denúncias deverão contemplar crimes ocorridos em outras áreas da Petrobras, como a Diretoria de Serviços, comandada pelo petista Renato Duque, solto na semana passada por uma decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.  Chefe do Ministério Público, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acompanhou o anúncio em Curitiba e referiu-se ao conteúdo das denúncias como “uma aula de crime”. “Essas pessoas roubaram o orgulho dos brasileiros”, afirmou. “A complexidade dos fatos nos leva a intuir a dimensão desta investigação. Seguiremos de forma serena e equilibrada, mas de forma firme e contundente. Cada pessoa, pela disposição legal, responde pelo ato que praticou. Esta investigação chegará até o final dela”, completou.

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